CRISE EXISTENCIAL

ESPIRITUALIDADE, FÉ E REFLEXÕES

O superior se apropria do inferior constantemente, a tênue distinção entre a verdade que liberta e lei que mata.

João Pessoa, 08 de junho de 2015 - [Adaptação de I Cor. 13 por Caio Fábio de Araújo Filho]




O superior se apropria do inferior constantemente, a tênue distinção entre a verdade que liberta e lei que mata.

Gente que carrega dentro de si uma ansiedade famigerada por se alimentar do outro, numa escala aonde o superior usa o inferior de tal modo, que a vaca que come o capim, gordura e o tem licença para fazer, e nós nos sentimos licenciados há muito tempo para nos apropriarmos daquelas coisas que da escala da criação tem valor inferior a nós, por isso a gente come.

Os mais generosos ervas, e os menos picanha, cupim e outras coisas.

Mas é uma apropriação constante do superior sobre o inferior.

E o resto inteiro da organização da vida indo das relações de sobrevivência básica a construção dos sistemas sociais, econômicos, relacionais, familiares em todos os níveis as hierarquias de apropriação se estabelecem aonde?

Ou pela via do poder, ou do saber, ou do dinheiro, ou de uma mágica, ou seja do que for. O que possui, o que falta ao outro se apropria dele.

Daí a gente percebe que sequer deixou de balbuciar as primeiras palavras, e por isso surge a necessidade de criarmos santos, alguém que viva uma realidade a qual projetamos, porque percebemos que estabelecemos uma padrão tão alto que jamais alcançaremos.

Assim isto nos remete a um processo, a um projeto de vida, de existência, e nos chama a algumas lições práticas na vida.

Uma prática se torna prática consistente só muito tempo de uma verdade ter se transformado em um valor no nosso coração.

Leva tempo entre o conhecimento de uma verdade e a sua totalização em nós.

Uma das grandes angústias da gente é que parece que todas as vezes que de algum modo a gente não tem mais como dizer que uma determinada verdade, um determinado valor nos penetrou, daí em diante nós caímos no nível da indesculpabilidade permanente pela sua transgressão e cometemos a pior blasfêmia transformamos uma verdade em lei.

E lei escraviza, verdade liberta.

Nenhuma verdade de Deus que ser lei, porque toda verdade de Deus transformada em lei gera o oposto daquilo que a verdade produz.

A gente conhece a verdade e ela nos liberta.

Transforme a verdade em lei e ela vai matar você para sempre.

As Dores do Mundo

João Pessoa, 08 de junho de 2015

Devo confessá-lo sinceramente: a vista de qualquer animal regozija-me e satisfaz-me o coração; principalmente os cães, e todos os animais em liberdade, pássaros, insetos, etc. Pelo contrário, a presença dos homens excita quase sempre em mim uma pronunciada aversão; porque, com poucas exceções, oferecem-me o espetáculo das deformidades mais horríveis e variadas: fealdade física, expressão moral de paixões baixas e ambições desprezíveis, sintomas de loucura e de perversidades de todas as espécies e grandezas; enfim uma corrupção sórdida, fruto e resultado de costumes degradantes; desvio-me, portanto, deles e busco abrigo na natureza, feliz por encontrar aí os animais.
Ilustração de Antonio Rotta.

Quando me amei de verdade...
João Pessoa, 10 de dezembro de 2009


Sobre deuses, pássaros e gaiolas
João Pessoa, 24 de novembro de 2009


Não vou dizer coisa alguma...


Apenas pedir-lhe que preste muita atenção:


"Sobre deuses, pássaros e gaiolas" 

"Deus 'ele', masculino? Onde foi que aprenderam sobre o sexo de Deus? Deus tem sexo? Se tem sexo, por que não ela, Deus mulher? Como a mulher do Cântico dos Cânticos? A Igreja Católica não conhece a mulher... Conhece apenas a 'mãe' que foi mãe sem ter sido mulher. Deus: por que não uma flor, a mais perfumada? Por que não um mar sem fim onde a vida navega? Místicos houve que disseram que Deus é uma criança que nos convida a brincar... Mas pode ser também que Deus seja música, como pensaram os místicos pitagóricos.

"Ter uma religião é falar as palavras sagradas daquela religião e acreditar nelas. As religiões se distinguem e se separam: pelas diferenças das palavras que usam para se referir ao sagrado. Se elas nada falassem, se houvesse apenas o silêncio diante do Grande Mistério, a Babel das religiões não existiria. Diante do Grande Mistério apenas uma palavra é permitida, a palavra poética, porque a poesia não o diz mas apenas aponta para ele. O Grande Mistério está além das palavras.

"Se tenho uma religião ela se chama poesia. Por isso, amo a Cecília Meireles, sacerdotisa profana, que quando queria se referir a Deus falava sobre um mar sem fim, misterioso e selvagem. Quem em silêncio contempla o mar sem fim ouve vozes em meio ao barulho das ondas. Também Fernando Pessoa sabia disso. Mas, prestando bem atenção, é possível ver, a voar sobre o mar sem fim, um pequeno pássaro que canta: 'Leve é o pássaro: e a sua sombra voante, mais leve. E a cascata aérea de sua garganta: mais leve. E o que lembra, ouvindo-se deslizar seu canto, mais leve...'

"Os poetas escrevem em transe: não sabem sobre que estão escrevendo. Faz muitos anos, escrevi um livro para minha filha. Ela tinha 4 anos. Eu iria fazer uma demorada viagem pelo exterior e ela ficou com medo de que eu morresse e não voltasse. Apareceu-me, então, uma estória, A menina e o pássaro encantado. Resumida, era assim: era uma vez uma menina que amava um pássaro encantado que sempre a visitava e lhe contava estórias, o pássaro a fazia imensamente feliz. Mas sempre chegava um momento quando o pássaro dizia: 'Tenho de ir'. A menina chorava porque amava o pássaro e não queria que ele partisse. 'Menina', disse-lhe o pássaro, 'aprenda o que vou lhe ensinar: eu só sou encantado por causa da ausência. É na ausência que a saudade vive. E a saudade é um perfume que torna encantados a todos os que o sentem. Quem tem saudades está amando. Tenho de partir para que a saudade exista e para que eu continue a amá-la, e você continue a me amar...' E partia.

"A menina, sofrendo a dor da saudade, maquinou um plano: quando o pássaro voltou e lhe contou estórias e foi dormir, ela o prendeu numa gaiola de prata dizendo: 'Agora ele será meu para sempre'. Mas não foi isso que aconteceu. O pássaro, sem poder voar, perdeu as cores, perdeu o brilho, perdeu a alegria, não mais tinha estórias para contar. E o amor acabou. Levou tempo para que a menina percebesse que ela não amava aquele pássaro engaiolado. O pássaro que ela amava era o pássaro que voava livre e voltava quando queria. E ela soltou o pássaro que voou para longe. A estória termina na ausência do pássaro e a menina se enfeitando para a sua volta.

"Minha intenção, ao escrever esta estória, era simples: consolar a minha filha. Mas quando foi publicada ganhou um sentido que não estava nas minhas intenções: começou a ser usada em terapia, com casais possuídos pela ilusão de que, engaiolado, o amor seria posse eterna... Desde então passei a presentear noivos com uma gaiola da qual eu arrancava a porta...

"Mas, passado algum tempo, uma pessoa me disse: 'Que linda estória você escreveu sobre Deus!' 'Sobre Deus?', eu perguntei sem entender. 'Sim', ela me respondeu. 'O Pássaro Encantado não é Deus? E as gaiolas não são as religiões nas quais os homens tentam aprisioná-lo?' Aprendi, então, da minha própria estória, algo que não sabia: Deus como um Pássaro Encantado que me conta estórias. Amo o Pássaro. Odeio as gaiolas. O Pássaro Encantado: não pousa em galhos para cantar. Não é possível fotografá-lo. Canta enquanto voa. Dele, o que temos é apenas a sua leve sombra voante e a cascata aérea de sua garganta...

"Quando ouço o seu canto, ele já passou. Só é possível vê-lo em seu vôo, por trás. Vai-se o Pássaro. Fica a memória do seu canto.

"Um pássaro voando é um pássaro livre. Não serve para nada. Impossível manipulá-lo, usá-lo, controlá-lo. Pássaro inútil. E esse é, precisamente, o seu segredo: a sua inutilidade: ele está além das maquinações dos homens. Sua única dádiva é o seu canto. Só faz um milagre, um único milagre: quando, chorando, lhe peço 'Passa de mim esse cálice', ele canta e o seu canto transforma a minha tristeza em beleza. Por isso eu nada lhe peço. Sei que ele não atende a pedidos. O seu canto me basta: ao ouvi-lo transformo-me em pássaro. E vôo com ele...

"Mas aí vêm os homens com as suas arapucas e gaiolas chamadas religiões.

"E cada uma delas diz haver conseguido prender o Pássaro Encantado em gaiolas de palavras, de pedra, de ritos e magia. E cada uma delas afirma que o seu pássaro engaiolado é o único Pássaro Encantado verdadeiro...


"Por que prenderam o Pássaro? Porque o seu canto não lhes bastava. Não lhes bastava a beleza. Na verdade, não o amavam. O que os homens desejam não é a beleza de Deus. O que eles desejam é manipular o seu poder. O que eles querem é o milagre. O canto do pássaro poderia lhes dar asas para voar. Mas não é isso que querem. O que desejam é o poder do pássaro para continuar a rastejar: Deus, transformado em ferramenta.

"Ferramenta é um objeto que se usa para se atingir um fim desejado. Assim são os martelos, as tesouras, as panelas... O que as religiões desejam é transformar Deus em uma ferramenta a mais. A mais poderosa de todas. A ferramenta que realiza os desejos. Como o gênio da garrafa. Pois não é isso que é o milagre, a realização de um desejo por meio da manipulação do sagrado? Só é canonizada santa uma pessoa que realizou milagres: o milagre é o atestado do seu poder para manipular o divino.

"E é assim que as religiões se multiplicam, porque os desejos dos homens não têm fim, e os seus santuários se enchem de santos de todos os tipos, os santos milagreiros são nossos despachantes espirituais, todos eles a serviço dos nossos desejos, atenderão nossos desejos a preço módico, se rezarmos a reza certa e prometermos publicar o milagre em jornal, e pela televisão se anunciam fórmulas, sessões de descarrego, águas bentas milagrosas, exorcismo de demônios, os DJs de cada religião têm uma música na fala que lhes é própria...

"Assim, a poesia do canto do Pássaro Encantado se transforma em manipulação do pássaro engaiolado. E não percebem que aquele pássaro que têm dentro de suas gaiolas não é o Pássaro Encantado, que não se deixa engaiolar, porque é como o vento, e voa como quer, e tem uma única dádiva a oferecer aos homens: a beleza do seu canto. À transformação da poesia em manipulação milagreira, os profetas deram o nome de idolatria."
"Eu não tenho religião. Não vou a igrejas, não participo de rituais, não acredito nos seus dogmas. Preciso não ter religião para amar a Deus sem medo, com alegria e, principalmente, sem nada pedir. Não tenho religião porque não concordo com as coisas que elas dizem de Deus. Deus é um Grande Mistério. Está além das palavras. Diante do Grande Mistério a gente emudece. Fica em silêncio. Discordo a partir do pronome 'ele'.

Autor: Rubem Alves, (Boa Esperança, 15 de setembro de 1933) é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.

QUEM COM FERRO FERE...
João Pessoa, 17 de novembro de 2009

MARCELO CRIVELLA


No início da civilização, o relacionamento humano era determinado pela Lei de Talião: olho por olho, dente por dente.
 
Ocorre que, nem sempre, os relacionamentos imediatos - na prática - dão resultado. Há quatro mil anos, quando Caim matou Abel, foi marcado por Deus, mas não condenado à morte. A punição que ele recebeu foi a de expulsão da comunidade onde vivia. 

Na história de dois mil anos do povo hebreu, de Adão a Cristo, prevaleceu essa lei. Com Cristo, ela foi revogada, pois, principalmente nos crimes contra a vida, não devolvia a da vítima; não recuperava o ofensor; e não servia de bom exemplo ao povo.

Quem com ferro fere, com ferro será ferido.Historicamente, violência gera violência, queiramos ou não. Concordemos ou não - no momento de maior indignação pela perda de um filho, de um amigo ou de uma pessoa que amamos muito, por vezes mais do que a nós mesmos - é imperioso compreendermos que a resposta à violência deve ser dada com a lei.

O Estado não pode partir para o uso indiscriminado da violência para fazer face àquela que sofre de parte dos marginais, porque isso só aumentará o clima de insegurança. A opção pela convivência dentro de um Estado Democrático de Direito, impõem-nos a obediência às regras de convivência impostas pela lei para o estabelecimento de uma coexistência civilizada.

Desobedecer essa regra somente nos conduzirá ao estado de barbárie que imperava nos primórdios da civilização, em que a ofensa era reprimida com a imposição desumana do castigo correspondente à agressão.

O aumento de penas também não tem se mostrado como solução eficaz nos estados que a adotaram. Medidas preventivas, tais como a ampliação da devida assistência ao cidadão pelo Estado, através de ações nas áreas de saúde, educação e geração de empregos, certamente iriam reduzir a criminalidade no país. O abandono sofrido pelos mais carentes, a falta de esperança de uma vida melhor, impulsionam, principalmente aos mais jovens, a buscar uma solução rápida para sair da miséria. E faltando-lhes o necessário preparo para essa mudança, muitos acabando se tornando presas fáceis das organizações criminosas.

Moisés escreveu: a paz é fruto da justiça e a tranqüilidade se fundamenta no direito. Não podemos ceder ao desejo da vingança. Antes devemos lutar pelo resgate da dignidade de nosso povo e pela firme obediência das regras que estabelecemos, quando decidimos que não seria mais a força bruta que garantiria o respeito aos nossos direitos.

Senador da República pelo PRB – RJ, líder de seu partido no Senado Federal e vice-líder do bloco de apoio ao Governo.

Link 01: http://www2.senado.gov.br/bdsf/item/id/81959
Link 02: http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/81959/1/quemcomferrofere.pdf


A Neurose da Religião: O desastre do extremismo religioso!
João Pessoa, 13 de novembro de 2009



De maneira geral concluímos por pressupostos, que os fariseus eram o suprassumo dos camaradas maus. Eles foram os principais responsáveis pela crucificação de Cristo. Receberam as mais duras palavras e as mais ácidas condenações de Jesus. Neste livro, o autor examina os fariseus. Ao explorar as raízes históricas e bíblicas desse grupo, ele descobre verdades profundas que alertam os cristãos a evitarem esse caminho desastroso. Podemos ser os fariseus de hoje, e muito mais do que gostaríamos de admitir!

INDICO. O livro é excelente!


José: Quando o Sofrer Faz Bem a Alma e ao Coração
João Pessoa, 04.11.2009 ~ João Vicente Ferreira Neto


José era o filho amado/favorito de Jacó (Israel) “Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice;” (Gênesis 37.3a), por isso era odiado “Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente.” (Gênesis 37.4) pelos seus irmãos (atormentados no âmago do ser, revestidos de um terrível sentimento de inveja e ciúmes) que desejavam matá-lo “De longe o viram e, antes que chegasse, conspiraram contra ele para o matar.” (Gênesis 37.18), mas que por um momento de “lucidez” ou de astúcia sofisticada (uma vez que ele consentiu com o abandono e desprezo para com José) do seu irmão mais velho Rúben, ou melhor, por providência e propósito de Deus foi poupado “Mas Rúben, ouvindo isso, livrou-o das mãos deles e disse: Não lhe tiremos a vida.” (Gênesis 37.21). José foi vendido como escravo e levado para o Egito “E, passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte siclos de prata aos ismaelitas; estes levaram José ao Egito” (Gênesis 37.28).
José fora traído, maltratado e humilhado por seus entes mais queridos, ou seja, pelos próprios irmãos. Foi comprado por um povo inimigo e levado para uma terra de língua/idioma, cultura e costumes diferentes/estranhos aos seus. No Egito “1José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá. 2b O SENHOR era com José, que veio a ser homem próspero;” (Gênesis 39.1-2b). Após isto José foi preso injustamente sendo alvo de acusações caluniosas/mentirosas e quando as circunstâncias pareciam apontar para uma direção que não haveria mais a possibilidade do livramento, ao passo que a situação dava mostras claras de que José sofreria ainda algo pior então “O SENHOR, porém, era com José, e lhe foi benigno, e lhe deu mercê perante o carcereiro;” (Gênesis 39.21).
É (foi) no Egito para além dos horizontes do seu lar, distante dos braços e do cuidado amoroso do pai (Jacó/Israel), no meio de um povo e de uma cultura diferente, politeísta e escravagista que Deus fortaleceu a vida de José, fazendo dele instrumento de salvação do seu povo da morte pela fome, inclusive dos seus irmãos que o perseguiram. José se tornaria governador do Egito (Gênesis 41.37-57), estando abaixo unicamente do Faraó. Todavia o que nos chama a atenção em José não era sua posição profissional, o cargo que ocupava, e todas as nuances elitistas de uma vida governamental. Mas o seu estilo de vida, o seu caráter ímpar, o modo pelo qual em meio às adversidades ele chamou a sua vida a existência, de como conseguiu caminhar bem em uma estrada que lhe apareceu perversa.


Assim, ao contrário do que se poderia esperar, diante de um momento oportuno para se vingar, “retribuir” com medida abruptamente esmagadora aqueles (seus irmãos) que o “mutilaram” de ser e de alma, este homem irrepreensível perdoou seus expropriadores e os acolheu com bondade e favor. Salvando-os da fome que assolava todos os povos da época (Gênesis 41), deixando-nos um legado de misericórdia, compaixão e graça que se dá não em compêndios teológicos, mas que se internaliza nas camadas mais profundas do ser e se evidência na vida, exalando o bom perfume da graça de Cristo. Com a vida de José aprendemos quando o sofrer faz bem a alma e ao coração. José dá um re-significado de como viver sofrendo injustiças das mais diversas fontes e das mais derivadas camadas, quer sejam traições, tramas, calúnias, difamações, cobiças, invejas, ciúmes, porfias, aprisionamento, maltrato, expropriação, etc. E ainda assim, agradar a Deus. José na verdade é um retrato minúsculo do nosso Senhor Jesus Cristo no livro do Gênesis. Pois Cristo passou por situação muito pior e perdoou a todos aqueles que o maltrataram e ainda se entregou como sacrifício único para a salvação da alma e do ser de cada um deles para libertá-los das amarras do pecado, e livrá-los da punição dos mesmos.
Através do Deus que Se revela como LHE apraz aprendemos por meio do seu filho (José/Jesus Cristo), que em meio às dificuldades que nos afligem; das injustiças que nos assolam; dos temores que nos apavoram; das desilusões da vida; dos traumas que nos tiram o sono e paz; das falsas acusações que nos rodeiam; daqueles que nos perseguem e nos atormentam há esperança. Podemos olhar para José e lembrar-nos que ele é uma tipificação de Cristo. Um bálsamo da compaixão divina derramado graciosamente sobre a pele e que vai se espalhando e infiltrando no ser atingindo a consciência e ao coração. Com José a lição retida é quando o sofrer faz bem a alma e ao coração.
Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito.” (Gênesis 45.8).
Deus usa pessoas e circunstâncias para nos deixar mais parecidos com Jesus Cristo!


Como Compreender as Pessoas – Criaturas Dependentes: Somos Seres Pessoais
João Pessoa, 29.10.2009 ~ João Vicente Ferreira Neto


“Conhece-te a ti mesmo” com esta célebre frase o filósofo grego Sócrates trouxe ao mundo do conhecimento não apenas uma simples contribuição, mas, sobretudo uma profunda reflexão concernente a vida humana. A sentença socrática é um convite a tornar-se consciente da própria ignorância, como sendo o ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência mediante a virtude. Alguns séculos depois somos convidados pelo Senhor Jesus Cristo a fazermos tal reflexão, todavia com um cunho bem mais emblemático e intrínseco ao ser e a alma humana. Enquanto o ensino de Sócrates se dá (restringi-se) no campo da “gnose”, ou seja, na busca pelo conhecimento que traz deveras construções a existência e a realidade do ser humano, por outro lado temos um convite feito por Jesus para a auto-reflexão, a auto-análise, um encontro e confronto consigo mesmo, ou seja, que esta para além do simples conhecimento adquirido por leituras e práticas. É uma investigação acurada do ser e da alma.
Jesus nos ensina por seu próprio modo de caminhar, e nos convida a isso. Por meio da regra de ouro dos evangelhos: “Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Lucas 6.31)1, ou seja, esta é uma extensão mais aguda da proposta estabelecida por Sócrates, pois Jesus nos convida a uma confrontação com tudo aquilo que se encontra no porão do nosso ser e da nossa alma, não se limitando aos ensinamentos filosóficos e religiosos ensinados até então e que estavam surgindo na sua época. É literalmente ir além do que se está posto. Não contentar-se com o berço esplêndido da mediocridade. É ver além do óbvio.
A leitura proposta como recurso didático, parte da complementação e/ou grade curricular e elemento integrante da disciplina é de suma importância pelo fato de nos colocar diante de uma problemática tão antiga como atual citado por diversas vezes no texto pelo autor como “âmago oco”, ou seja, a alma humana profundamente angustiada, abatida e solitária, é literalmente o vazio do ser e da alma. A partir dessa pequeníssima expressão o Dr. Larry Crabb apresenta o ponto de tensão do capítulo e do livro (a falta de dependência de Deus) e nos convida ao encontro da dura realidade de confrontar a si mesmo. A obra como um todo é um tanto quanto diferente de outras obras já publicadas quanto ao assunto. Sem desviar-se dos princípios bíblicos, o autor nos apresenta um trabalho sério e inovador sobre o aconselhamento. Neste capítulo precisamente somos levados a compreender que Deus como nosso Criador e Senhor espera muito mais fracassos de nós, do que nós mesmos possamos conjecturar ao nosso respeito, não afirmo isso para propagar ou salientar qualquer tipo de idéia perniciosa que nos leve a prática do pecado, mas por tentar exercitar a consciência que ainda corrompida por causa do pecado, reconhece pela graça libertadora de Deus evidenciada em Cristo e operada no coração pelo Espírito Santo. Pois somos de fato seres miseráveis, continuamente inclinados para o mal, mas que Deus assim como nos tirou do lamaçal do pecado (“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”)2, agora atua retirando de dentro de nós a lama que tanto nos corrompe (“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”; “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”)3. Nessa viagem de auto-exploração ou descoberta de nosso âmago perpassarão dúvidas, angústias, medos e vários embates se darão dentro de nós. Sentiremos tanto resistência quanto confusão, pois encontraremos coisas que são difíceis de enfrentar, que machucam e condenam4.
Como citamos o ponto de tensão se dá no campo da dependência ou não que o ser humano tem de Deus, e a extensão ou entendimento dessa dependência se dá através dos relacionamentos humanos. Para não ficarmos no campo da abstração voltemo-nos para a realidade perceptível e reflexiva das coisas e da vida no seu dia-a-dia. Tomemos como exemplo a Trindade, partindo da idéia de uma comunidade de Deus. “Por Deus ser, por sua natureza, um ser afetivo (há três pessoas na Trindade capazes de inter-relacionar-se), o homem, criado para ser semelhante a Deus, é também um ser que se inter-relaciona. Fomos feitos para o relacionamento com Deus e com as outras pessoas. Segue-se que, nas partes mais centrais do nosso ser, ansiamos por desfrutar aquilo para que fomos projetados a vivenciar. Ansiamos por relacionamento5.
Somos convidados a reconhecer e admitir humilhados e humildemente a nossa inteira e total dependência de Deus. Que Ele de fato é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade (Filipenses 2.13). Que não podemos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas que a nossa capacidade e suficiência vêm do Senhor (II Coríntios 3.5). Somos levados as cavernas desérticas para que Deus possa desconstruir todas as certezas alojadas no porão do nosso ser e no âmago de nossa alma, afim de que Ele mesmo possa construir a única certeza que teremos para todo o sempre, de que Ele estará conosco: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém6. Necessitamos de um abandono de si mesmo nos braços do Pai de eterno amor para que Ele cuide de cada ranhura e ferimento. Que Ele no trate conforme Lhe apraz, e que nossa vida seja um pouso e esteja repousada aos cuidados dEle para ser curada, restaurada e edificada. Que sejamos de ser e de alma consolados pela palavra que diz: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito7. Que o derramar de nossas vidas esteja nELe, pois: “Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja a esperança é o SENHOR8. Que a nossa oração seja como a do profeta Jeremias: “Cura-me, SENHOR, e serei curado, salva-me, e serei salvo; porque tu és o meu louvor9. E só assim o nosso ser será pacificado e nossa alma será liberta das amarras da dor e do sofrimento pela esperança que é o Senhor.



Bibliografia:
1 – HTTP://www.bibliaonline.com.br/ra/lc/6
– http://www.bibliaonline.com.br/ra/ef/2
3 - http://www.bibliaonline.com.br/ra/fp/3
4 - CRABB, Larry. Como Compreender as Pessoas – Fundamentos Bíblicos e Psicológicos Para Desenvolver Relacionamentos Saudáveis, Capítulo 7, p. 117-118, Editora: Vida, 4º Impressão – 2001, São Paulo/SP
5 - CRABB, Larry. Como Compreender as Pessoas – Fundamentos Bíblicos e Psicológicos Para Desenvolver Relacionamentos Saudáveis, Capítulo 7, p. 117-118, Editora: Vida, 4º Impressão – 2001, São Paulo/SP
6 – http://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/28
7 - HTTP://www.bibliaonline.com.br/ra/rm/8
8 - http://www.bibliaonline.com.br/acf/jr/17
9 - http://www.bibliaonline.com.br/ra/jr/17

A Mensagem Oculta de Atos
João Pessoa, 21.10.2009 ~ João Vicente Ferreira Neto


Algumas pessoas costumam afirmar que se Atos 1.8 “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, não se cumprir na vida de um cristão, certamente Atos 8.1 “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria” vai se cumprir.
Dentro do livro dos Atos dos Apóstolos encontramos algumas porções das quais relatam a relutância por parte dos apóstolos em obedecer à parte final das instruções dada por Jesus Cristo sobre a grande comissão. Em Atos 5.28 diz: “dizendo: Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem”, e Atos 6.7 diz: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé”.
Com “certa” facilidade os apóstolos atingiram o primeiro dos quatro limites mencionados por Jesus, eles evangelizaram Jerusalém sem grandes problemas. Embora eles tivessem “obedecido” a ordem para evangelizar, se detiveram apenas a Jerusalém. Quando fazemos uma leitura minuciosa e acurada dos primeiros sete capítulos do livro de Atos iremos identificar uma postura “covarde, egoísta, arrogante e centralizadora” por parte dos apóstolos. Pois até aqui, cerca de 25% dos escritos de Lucas já estavam encaminhados, a história já estava “registrada” não em papéis, mas em fatos. E até onde mostra o registro, os discípulos sequer estavam planejando em dar continuidade e obedecer ao restante da última ordem de Jesus. Temos um exemplo típico disso registrado em Atos 8.25 “Eles, porém, havendo testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos”. O fator motivacional de Pedro e João não necessariamente estava na ordem de Jesus, mas dá-se na questão geográfica, pois os lugares aonde evangelizavam ficavam próximos a Jerusalém.
Outro ponto a ser considerado aqui é o tão famoso desencargo de consciência que todos os seres humanos, especialmente os do meio religioso sofrem, afinal o Senhor havia deixado uma ordem, e como eles não estavam cumprindo e por Jesus incidência (não acredito no acaso e em coincidências) grande perseguição lhes fora vinda resolveram barganhar com Deus a missão que lhe fora incumbida. Outro exemplo está em Atos 9.32 – 11.18 onde o apóstolo Pedro está seguindo outra vez nas pegadas de Filipe. Sem dúvida, a obra realizada por Pedro foi relevante, no entanto, ele só testemunhou a respeito de Jesus Cristo aonde Ele (Cristo) já fora ministrado (pregado/testemunhado) antes, com uma única exceção.


Em Atos 10.9-22 o apóstolo Pedro tem uma visão advinda de Deus para livrar Pedro de seus preconceitos antigentílicos, algo que já havia se dado três vezes neste mesmo contexto (Atos 10.16)Mas, a graça irresistível de Deus, o Seu amor quebrantador e libertador de cadeias, o qual nos faz diferentes para com as indiferenças levou Pedro finalmente a compreender, que tais atitudes relutantes não o levaria a lugar algum, senão ao distanciamento e desobediência a ordem de Cristo. Seu encontro subseqüente com Cornélio (Atos 10.1-8; 23-48) é um retrato do preconceito humano esvaindo-se gradualmente através do evangelho de Jesus Cristo.
Podemos identificar exclusivismo e favorecimento aos judeus (aos de Jerusalém) em Atos 11.22 “Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a Estêvão se espalharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.
Por fim percebe-se um ar de ironia ou uma nota leve de sarcasmo em Atos 11.22 “A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia”, pois a metáfora “aos ouvidos da igreja” poderia ter sido perfeitamente interpretada por “aos ouvidos dos apóstolos”, o que captamos aqui é que Lucas o “escritor” deste livro nos passa uma branda insinuação de sua impaciência (e do Espírito Santo) por causa da visão estreita da igreja de Jerusalém. Descobrimos no decorrer da história que Lucas certamente copilou “Atos dos Apóstolos” como um recurso didático para encorajar os outros discípulos e os demais convertidos judeus a seguirem o exemplo de Paulo na evangelização dos gentios.
E agora? O que isto tem haver comigo? Com você? Conosco (enquanto igreja)? Pensando nos dias hodiernos (uso por pura ironia esta palavra, afinal é bem mais simples dizer nos dias de hoje ou nos dias atuais, mas sabe como é faz parte de “reino” dominante que habita para dentro de nós e que “estamos”, se é que estamos expelindo isso de dentro de nós o tempo inteiro). Quais as notícias estão chegando aos ouvidos da igreja evangélica protestante brasileira do século XXI? Neste sentido qual é a diferença da igreja do I século A.D para a igreja de hoje? Afinal quase tudo, por não se dizer tudo o que fazemos não é voltado para o nosso próprio umbigo? 
Que Deus nos dê entendimento, clareza e percepção para enxergarmos as nossas debilidades, faltas e omissões para com aquilo (a missão) para o qual estamos incumbidos!

O EVANGELHO MALTRAPILHO
João Pessoa, 20 de outubro de 2009



O Evangelho Maltrapilho foi escrito com um público leitor específico em mente.

Este livro não é para superespirituais.

Não é para cristãos musculosos que têm John Wayne (Batman) com herói, e não a Jesus.

Não é para acadêmicos que aprisionam Jesus na torre de marfim da exegese..."

Não é para gente barulhenta e bonachona que manipula o cristianismo a ponto de torná-lo um simples apelo ao emocionalismo.

Não é para os místicos de capuz que querem mágica na sua religião.

Não é para os cristãos "aleluia", que vivem apenas no alto da montanha e nunca visitaram o vale da desolação.

Não é para os destemidos que nunca derramaram lágrimas.

Não é para os zelotes ardentes que se gabam com o jovem rico dos Evangelhos: "Guardo todos esses mandamentos desde a minha juventude".

Não é para complacentes, que ostentam sobre os ombros um sacolão de honras, diplomas e boas obras, crendo que efetivamente chegaram lá...

Não é para legalistas, que preferem entregar o controle da alma a regras a viver em união com Jesus.

O evangelho maltrapilho foi escrito para os dilapidados, os derrotados e os exauridos.

Ele é para os sobrecarregados que vivem ainda mudando o peso da mala pesada de uma mão para a outra...

É para os vacilantes e de joelhos fracos, que sabem que não se bastam de forma alguma e são orgulhosos demais para aceitar a esmola da graça admirável.

É para discípulos inconsistentes e instáveis cuja azeitona vive caindo para fora da empada.

É para homens e mulheres pobres, fracos e pecaminosos com falhas hereditárias e talentos limitados.

É para os vasos de barro que arrastam pés de argila.

É para os recurvados e contundidos que sentem que sua vida é um grave desapontamento para Deus.

É para gente inteligente que sabe que é estúpida, e para discípulos honestos que admitem que são canalhas.

O Evangelho Maltrapilho é um livro que escrevi para mim mesmo e para quem quer que tenha ficado cansado e desencorajado ao longo do Caminho.

Brennan Manning - Nova Orleans

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A amizade em Rute
João Pessoa, 19.10.2009 ~ João Vicente Ferreira Neto


O livro de Rute embora pequeno trata-se de um escrito apreciável. Dos livros bíblicos é um dos dois o qual a “personagem principal” é uma mulher (não nos esqueçamos da tipificação de Cristo em Boaz). Rute era uma jovem moabita nora de uma judia, a saber, Noemi. Com o passar dos anos, ambas ficaram viúvas, assim sua sogra resolveu voltar para Belém, e é neste ínterim que descobrimos o quão importante e significativo é a presença e o existir humano. Pois é neste momento de inquietação, dúvidas, inseguranças, ruir de certezas, tempo de perdas profundas e dolorosas que Noemi passa a persuadir Rute a não segui-la. Todavia Rute que era uma “gentia” (confesso com sinceridade se é que há isto em nós, que não sei de fato que é gentia aqui), de maneira acurada e amorosa nos ensina três coisas básicas, essenciais para o dia a dia, são elas: 01. Amor filial; 02. Firmeza de ânimo (constância); 03. Vida piedosa. A providência de Deus é outro fator a ser levado em conta, uma vez que Rute viria a se casar com Boaz, homem pertencente à tribo de Judá, sendo o bisavô do rei Davi, tendo seu nome da genealogia de Jesus, e que é com já dissemos a tipificação de Cristo dentro do livro.
Rute que quer dizer amizade nos dá inúmeros exemplos de como ser um paradigma no meio em que vivemos, de como podemos marcar significativamente as gerações futuras. Ela foi uma esposa fiel, uma nora amorosa, uma serva zelosa, uma mulher trabalhadora, de caráter nobre. Aprendemos a respeito das bênçãos que uma mulher “gentia” recebeu quando passou a pertencer ao “povo” de Deus (Israel) e que sua inclusão na genealogia de Jesus Cristo nos revela que Deus é Senhor de todos os povos e que a salvação é estendida a todos aqueles que creem no Filho de Deus, a saber: Jesus Cristo.
Esta moça era uma “gentia” (não povo) em terra estrangeira. Teve sua vida protegida por um homem que estava preparado para o que pudesse vir acontecer. Boaz se dispôs a pagar o preço pela vida e pelo bem estar de Rute, ele foi o resgatador comprando todos os pertences do falecido de Noemi. Também pagou pelo direito de casar-se com Rute e de cuidar dela. Boaz não tinha obrigação alguma de fazer estas coisas, mas de maneira voluntária e espontânea, alguém que tinha o ser pacificado, bem resolvido em Deus e conseqüentemente com ele mesmo se propôs em dar-se inteira e totalmente pelas pessoas e pela situação que as envolvia. No início do artigo coloquei sobre o livro de Rute: “personagem principal” entre aspas para apontar uma faceta de duas nuances: Rute como símbolo de todos nós e Boaz como tipificação de Jesus Cristo que voluntariamente, a partir de Si próprio se entregou, foi humilhado, traído, depravado, execrado, espancado, e crucificado para nos comprar a vida eterna. Com a Sua própria vida Jesus Cristo pagou todas as nossas dívidas. 


Que Deus vos abençoe e pacifique sempre o vosso ser e a vossa alma!

A Suave Graça
João Pessoa, 19.10.2009 ~João Vicente Ferreira Neto

22 E, chegando a Betsaida, algumas pessoas trouxeram um cego à presença de Jesus e rogavam-lhe que o tocasse. 23 Então, Ele tomou o cego pela mão e o conduziu para fora da aldeia. Em seguida, passou saliva nos olhos daquele homem e pôs as mãos em cima dele. E perguntou: “Vês alguma coisa?”. 24 O homem levanta os olhos e afirma: “Vejo pessoas; mas, elas se parecem com árvores caminhando”. 25 Mais uma vez, Jesus colocou suas mãos sobre os olhos do homem. E, no mesmo instante, tendo sido completamente restaurado, via com clareza, e podia discernir todas as coisas.

Esta é uma história do poder e da graça de Cristo. É uma história da graça bondosa de Deus. Quando Jesus foi abordado pelas pessoas com relação à condição do homem cego, sua primeira atitude foi “levar o homem cego pela mão”. Certamente Jesus tinha poder para curar o homem ali mesmo. Todavia, o Senhor conduziu o cego para distante da multidão, para ministrar-lhe em particular. O cego não era um espetáculo para os curiosos ficarem observando. Nosso Senhor dirigiu os passos do homem. Nunca em sua vida o cego tivera uma direção tão segura. Não havia perigo de cair, nenhuma ameaça de tropeçar, pois ele estava sendo conduzido pela mão de Cristo.

Se o gesto carinhoso de Jesus terminasse naquele ponto, já seria o suficiente. O cego poderia contar a história até o final da sua vida: “Ele me tocou!”. Jesus, porém, ainda não tinha terminado. Quando se afastaram da multidão, Jesus fez algo que poderia ofender nossa sensibilidade. Ele passou saliva (cuspe) no rosto daquele cego. Nos nossos dias fazer isso é uma atitude desrespeitosa. A finalidade de Jesus, entretanto, não era de ofender, mas curar.

A história desta cura nos serve como um (a) paralelo (comparação) da renovação espiritual. A Bíblia usa a figura de linguagem da cegueira para descrever nosso estado caído. Todos nós somos seres nascidos cegos. Entramos neste mundo num estado espiritual de escuridão. Não vemos as coisas do reino de Deus. Assim, podemos aprender duas verdades básicas na caminhada cristã com este texto: 01. Regeneração - O ato da graça pelo qual nossos olhos são abertos para as coisas de Deus é a regeneração, o novo nascimento espiritual. É uma obra que somente Deus pode fazer. Não somos mais aptos de regenerar a nós mesmos do que um cego é capaz de ver por um simples ato de sua vontade. Um homem cego pode decidir ver, mas não pode ver a menos que seus olhos sejam curados. A regeneração não ocorre em estágios. Ela é instantânea. É feita pelo toque do Espírito Santo em nossos corações, ser e alma. É uma obra soberana e totalmente eficaz, acompanhada pelo poder imediato da onipotência de Deus. Somente Deus pode tirar algo do nada e tirar a vida da morte “Ele vos deu vida, estando vós mortos em vossos delitos e pecados” (Efésios 2.1)02. Santificação - No entanto, há outro paralelo na história da cura do homem cego. Embora sejamos regenerados instantaneamente pelo poder soberano de Deus e sejamos transferidos imediatamente do reino da escuridão/império das trevas para o reino da luz/reino do Filho do Seu amor (Colossenses 1.13), nossa santificação é realmente em estágios;

regeneração é Deus nos tirando da lama, nos tirando do poço. A santificação é Deus tirando a lama de dentro de nós. Ele nos coloca na Fonte da Água Viva e nos purifica exterior e interiormente. Embora as escamas sejam removidas dos nossos olhos, ainda precisamos ser guiados pela mão de Jesus. O grande equívoco, lapso e erro comum que nós cristãos cometemos sobre regeneração e santificação é ilustrado pela história da carreta. Imagine você sentando na poltrona do motorista de uma carreta e tendo que guiá-la, considerando que você nunca fez isso antes (É assim para a maioria de nós a regeneração). Agora imagine você se colocando atrás da carreta e tendo que a empurrar, considerando que ela esteja cheia de cargas e ela precisa ser empurrada na subida de uma ladeira de baixo ao topo (É assim para a maioria de nós a santificação). O que ambos os casos tem em comum? O esforço, a fadiga, o trabalho, o mérito humano. Qual é o nosso grande ERRO? Exatamente pensar que fazemos alguma coisa (que contribuímos) para ambos os estágios (regeneração e santificação).

Mais uma história: Sísifo – foi um herói trágico da mitologia grega. Em virtude dele ter ofendido os deuses, foi punido/sentenciado a um inferno perpétuo/contínuo de frustração. Sua tarefa era empurrar uma grande pedra arredondada morro acima. Tinha que usar toda a sua força para mover a pedra. Cada vez que alcançava o topo, a pedra rolava e ia parar novamente lá embaixo. A tarefa de Sísifo exigia a corrida para baixo para começar tudo de novo. Sua tarefa nunca terminou. Nenhum progresso final foi alcançado. Não são poucas as vezes que a maioria de nós cristãos nos sentimos exatamente como Sísifo. É como a triste situação de Sansão na qual ele estava com os olhos vagos, seus músculos brilhando com o suor, andando em volta várias vezes num ciclo interminável de fadiga, indo para nenhum lugar, só cavando o trilho de seu caminho cada vez mais fundo. Esta é a imagem brutal do círculo. Juízes 16.21 – “Então os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza; amarraram-no com duas cadeias de bronze, e ele virava um moinho no cárcere”. Sansão estava com os olhos vagos, seus músculos brilhando com o suor, andando em volta várias vezes num ciclo interminável de fadiga, indo para nenhum lugar, só cavando o trilho de seu caminho cada vez mais fundo. Esta é a imagem brutal do círculo.
A vida cristã, entretanto, não é fútil assim. Ela não segue o padrão do círculo. A imagem da vida cristã é uma linha. Ela tem início (regeneração), meio (santificação), e fim (glorificação). Existe uma meta final de glória. O Deus que começou todas as coisas no início tem um propósito para o Seu povo. O apóstolo Paulo em Filipenses 1.6 nos ensina: “Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”. Em Efésios 2.10 ele diz: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Na santificação Deus retira a lama de dentro de nós. Note que somos salvos não pelas boas obras, mas porque somos salvos realizamos, fazemos, praticamos as boas obras. Nesse sentido, o SIM que dizemos no ato da regeneração, bem como na santificação são conseqüências/efeitos da CAUSA que é a GRAÇA (O favor imerecido de Deus em nosso benefício – É Deus se tornando favorável a nós, e tudo isso a partir da Sua própria vontade), ou seja, porque somos convencidos pelo Espírito Santo para a salvação (João 16.7-13), assim o somos também na santificação. O Espírito Santo opera em nossos corações para vivermos uma vida que agrade a Deus. A misericórdia do Senhor que se renova a cada manhã, a Sua maravilhosa Graça regeneradora e santificadora operando em nosso ser e alma, como filhos perdoados pelo Pai de Eterno amor podemos dizer como Paulo: “Não que eu tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em cristo Jesus” (Filipenses 3.12-14).

A melhor orientação quanto à regeneração e santificação é ter sempre em mente o maravilhoso ensino da Soberania de Deus e da Responsabilidade Humana. Deus espera muito mais fraquezas e quedas de nós que nós mesmos não esperamos, mas nem por isso devemos viver como outrora, como diz o apóstolo Paulo: “Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos” (Filipenses 3.16). Lembrando-se sempre de que se conquistamos algo é porque na verdade fomos primeiramente conquistados. “mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus...”


A oração faz Deus mudar de Idéia?
João Pessoa, 27.08.2009 ~ João Vicente Ferreira Neto

Porque eu, o Senhor, não mudo. Malaquias 3.6a

Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões, à uma, se acendem. Oséias 11.8b

No texto de Malaquias a pessoa e o propósito de Deus nos são apresentados como imutáveis. Mesmo que alguns pequem, o propósito de Deus não se frustra. Israel tem parte nesse propósito, embora mereça a destruição. Eleita pela graça, Israel é preservada pela graça (Romanos 11.5,15).

Em Oséias temos alguns termos do cotidiano em vigor “Meu coração” fala da aflição da escolha de Deus. Enquanto Ele enfrenta a grave decisão, Seus pensamentos e sentimentos “agitam-se” dentro dEle. Deus está comovido. Contudo, mais do que isso, Ele revela que “meu sentimento de compaixão” é um desejo de confortar e consolar. O coração do Senhor vem se excedendo cada vez mais em afeto. A expressão “se acendem” pode ser ilustrada com a descrição dos sentimentos afetuosos de José ao ver seu irmão Benjamim em Gênesis 43.30: “E José apressou-se, porque as suas entranhas comoveram-se por causa do seu irmão, e procurou onde chorar; e entrou na câmara, e chorou ali”. O conflito no texto de Oséias termina com o veredicto do v.9, cuja primeira palavra é Não, ou seja, o veredicto é negativo. Não que o coração de Deus tenha mudado em relação ao pecado de Israel, mas Ele opta por não executar a Sua ira, e ao invés disso derramar a Sua misericórdia. Não é do nosso feitio, querer um pouco de cada coisa: um Deus confiável com quem possamos contar e, mesmo assim, um Deus atencioso que possamos influenciar?

Orígenes teólogo e prolixo escritor cristão que viveu entre 185 — 253 d.C. disse: “Primeiro, se Deus sabe com antecedência o que virá acontecer e se isso deve acontecer, a oração é inútil. Segundo, se tudo acontece de acordo com a vontade divina e se o que Deus quer está fixado e nada do que Ele quer será mudado, então a oração é inútil”. Interpretado equivocadamente a passagem de Mateus 6.8b “poderia” contribuir para este pensamento. “porque Deus, o vosso Pai sabe o de que tendes necessidade antes que lho peçais”. Neste ínterim muitos questionamentos nos vêem a mente: Para que serve a oração em um mundo tão predestinado? A onisciência divina é um desestímulo à oração? Por que orar se Deus já sabe? Como conciliar inúmeras passagens das Sagradas Escrituras que aparentemente parecem se contrastarem?

Algumas considerações – 01. Duas importantes figuras de linguagem (antropomorfismo e antropopatismo) que são atribuições e características humanas “dadas” a Deus para que possamos compreender (devido a nossa limitação) o que de outra maneira não compreenderíamos; 02. A trindade, pois o Pai, o filho e o Espírito Santo mantêm uma espécie de conversação íntima, mostrando que Deus aprecia discussões e conselhos; 03. Um Deus amarrado pelas qualidades imutáveis do amor e da misericórdia deve perdoar um pecador que ora arrependido. Tudo isso por causa das Suas qualidades eternas; 04. Nós seres humanos estamos confinados em um universo de espaço e tempo que começou em algum momento temporal, mas Deus não está.

Então como a atemporalidade de Deus afeta a oração? Concluo com o célebre pensamento externado por C.S.Lewis que diz: “O evento com certeza já foi decidido, no sentido de que já o foi (antes de todos os mundos). Entretanto, uma das coisas levadas em consideração ao decidi-lo e, portanto, o que realmente levou ao seu acontecimento pode ser justamente a oração que estamos fazendo agora”.


É proibido pensar!
João Pessoa, 26.05.2009 ~ João Vicente Ferreira Neto

Atos 17.28: Pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dos poetas de vocês: Também somos descendência dele.

Hoje pela manhã quando eu saia de casa para o trabalho parei em uma padaria para tomar café. De repente uma funcionária começa a falar bem alto: “Esta vendo aquele rapaz ali escorado no poste. Ele era uma pessoa sadia, desde que entrou na igreja evangélica, ficou assim. Ele endoidou, parece que bateu com a cabeça, aliás, a mãe dele me disse que já o viu batendo a cabeça na parede várias vezes”. No mesmo instante eu estava escutando uma música de João Alexandre, por título: É proibido pensar. Eis o motivo base para escrever este artigo.

Vivemos em uma época confusa, inseridos em mundo cada vez mais perdido em suas escolhas mesquinhas e sem sentido. Ora somos os praticantes, ora somos vítimas da geração extravagante. É um período da história onde a maioria, por não se dizer todas as atividades, são desempenhadas em uma velocidade alucinante. Há alguns anos atrás éramos o futuro da nação, depois passamos a ser chamados de geração coca-cola, e agora não sabemos ao certo o que somos. Como diz John Stott: 1 “Os Jovens têm a tendência de serem ativistas dedicados na defesa de uma causa, todavia nem sempre verificam com cuidado se sua causa é um fim digno de sua dedicação, ou se o modo como procedem é o melhor meio para alcançá-lo”. Esta é a geração do gasto compulsivo e descontrolado, que relativiza a verdade e a graça de Deus, do grupo de pensadores que não se importam em pensar, geração fast food, somos ou ao menos estamos introduzidos no meio dos "tolerantes" religiosos (para um melhor entendimento), daqueles que fazem as coisas por uma questão de conveniência. Estamos na época da doutrina mirrada, dos louvores desconexos, e principalmente do descaso com a ação social, embora até certo ponto sejamos bons assistencialistas. Na mesma obra Stott faz uma citação: 2 “Mordecai Richler, um comentarista canadense, foi muito claro a esse respeito: “O que me faz Ter medo com respeito a esta geração é o quanto ela se apóia na ignorância. Se o desconhecimento geral continuar a crescer, algum dia alguém se levantará de um povoado por aí dizendo Ter inventado... a roda”. Este raciocínio faz sentido quando observamos o comportamento dos jovens brasileiros, muitos se embriagam se drogam, se prostituem, outros pagam altos encargos tributários, apóiam algum tipo de causa sem necessariamente considerar o que estão fazendo, qual o propósito ou o para que. É literalmente se cortar sem saber a finalidade. Parece se é que de fato não vivemos a filosofia de que é proibido pensar. O agravante disso é que exteriorizamos o que há no nosso interior, deste ponto de vista, parece não residir absolutamente nada dentro desta geração. 
Na Grécia antiga o evangelho na compreensão de cristianismo era apenas uma filosofia, em Roma se tornou uma instituição, na Europa uma tradição, nos EUA um grande empreendimento e no Brasil como já era de se esperar em um grande comércio e palco de eventos. Evangelho no Brasil virou consórcio, mega sena acumulada, baú da felicidade, pequenas igrejas grandes negócios.  O foco esta se deteriorando muito rapidamente, as metas traçadas (igrejas/empresas) estão longe de ser alcançadas, sem levar em consideração os enormes déficits, não apenas financeira e numericamente, mas especialmente de pessoas que necessitam de cura, e estão saindo das pseudo-“igrejas” ainda mais amarguradas, e se lançado no lamaçal que já as ultrajaram durante anos. É bem verdade que a rádio cristã e o Filme Jesus contribuíram maravilhosamente para a propagação do evangelho do reino, que ainda há pessoas sérias proclamando as boas novas do evangelho da graça de nosso Senhor Jesus Cristo, todavia são suficientes para suprir a vasta demanda de pessoas que carecem ouvir uma vez sequer da mensagem da salvação. É necessário entender que isto é uma parte do todo, e que o evangelho do reino vai além das palavras ditas, dos folhetos distribuídos, ele é de fato uma reflexão prática, que gera uma reação na vida daqueles que se deparam com ele, e que nem tudo vai bem com a igreja que faz demais (Igreja de Tiatira - Apocalipse 2.18-29). Mas, como filhos de Deus, e membros do Seu reino, nós precisamos ter uma visão mais abrangente, precisamos corrigir as nossas lentes espirituais. Precisamos sair do nível de assistencialistas temporários, da mediocridade de idéias e nos envolvermos de maneira mais íntima, mais profunda e consistente com os problemas e necessidades da sociedade, e sermos os samaritanos na estrada, tecendo um caminho sobremodo maravilhoso, socorrendo sem olhar aquém. 

Alguns cientistas sociais defendem que um grupo é constituído de duas ou mais pessoas, que dois ou mais grupos formam uma comunidade, e que várias comunidades resultam na sociedade. Seguindo esta linha de raciocínio podemos dizer que os departamentos internos de uma igreja (crianças, adolescentes, jovens, senhoras, etc.) são os grupos e que a unidade destes constitui uma comunidade. Uma vez que a igreja do Senhor é uma comunidade ela esta inserida na sociedade que não se restringe ao ajuntamento de outras denominações, mas na inclusão do pobre, do analfabeto, do mendigo, do órfão, da viúva, da prostituta, do homossexual, do prisioneiro, do político, do empresário, do funcionário, do professor universitário, do patrão, do funcionário, do mestiço, do negro, do branco, do índio, do pai de família, e de cada ser humano que constitui um grupo, que por sua vez forma uma comunidade e que resulta na sociedade. Sendo assim precisamos sair da miséria de ensino que nos alimentamos e que estamos nutrindo a outros, e partimros para uma reflexão prática.

Não é de se estranhar como o discurso do apóstolo Paulo no areópago contrasta com a realidade dos nossos dias. Enquanto os poetas e pensadores daquela geração, (embora cegos pelo pecado, uma rara característica comum aos poetas e pensadores do século XXI), esbanjavam conhecimento ao ponto de retratarem o próprio Deus vivo: Pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dos poetas de vocês: Também somos descendência dele”, ainda que não O conhecessem no sentido de regeneração, e apenas por temor, por ter esquecido algum deus, eis ai a razão de AO DEUS DESCONHECIDO. 4 “Pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio”. Nos dias atuais somos quase que coagidos a ouvir, e de certa forma impelidos a viver conforme as poesias e canções dos “nossos” poetas: “deixa a vida me levar, vida leva eu”, ou quem sabe: “To nem ai, to nem ai...”, ou ainda: “Eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo me quer bem...”, vivemos tão dentro desta realidade que literalmente fechamos os olhos para não ver passar o tempo, somos cegos não fisicamente, mas no nosso dia a dia, quando não enfrentamos de maneira transformadora, com o evangelho que liberta o homem de sua situação miserável. Somos débeis de pensamento quando não ponderamos à realidade de uma quantidade de pessoas que estão atoladas em culpa, pobreza, falta de atenção, desempregadas, sem instrução, antes escravizadas pelo vício e pela falta de perspectiva de uma vida melhor. Somos cegos de ser e de alma. Isso não é apenas pelo fato de vivermos na geração do proibido pensar, mas sem dúvida alguma a falta de uso daquilo que nos diferencia como seres criados por Deus, que é a consciência. E não ela por si mesma, mas dependente do Cristo libertador. É necessária reflexão especialmente aquela que resulte em ações transformadas e beneficentes a vida do ser humano. Tudo isso é no mínimo parte integrante de um mundo que caminha a passos largos para o caminho da perdição. Assim cabe a nós não apenas pensar (no sentido meramente intelectivo), pois como diz Sproul: 5 “Pensar em não pensar é impensável”, mas por em prática aquilo que dizemos acreditar. É afirmar como um sábio ancião já disse: “a verdade não está na doutrina sem vida, nem na vida sem doutrina, antes está na doutrina que orienta a vida, e na vida que expressa à doutrina”

Assim somos incumbidos “Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês”. Que o Pai de Eterno amor nos ajude a caminhar!

1 e 2 - Crer é também pensar, John R. W. Stott, pág. 02, Editora: ABU, capítulo: Cristianismo de mente vazia;
3 - Atos 17.28 – Nova Versão Internacional;
4 – Atos 17.23 – Nova Versão Internacional;
- Filosofia para iniciantes - Editora Cultura Cristã, R.C.Sproul; 
6 - I Pedro 3.15 - Nva Versão Internacional;


O Professor Que Realmente Ensinou
João Pessoa, 07 de novembro de 2008



Em 1947 Dr. Subrahmanyan Chandrasekhar era professor de Física da Universidade de Chicago. Ele era indiano, naturalizado americano. Apesar de ser estrangeiro, por causa de sua experiência e seu conhecimento, ele foi contratado pela Universidade de Chicago, que é uma das que mais atua na área de ciências.

Naquele ano Dr. Chandrasekhar foi chamado para ensinar um seminário sobre astrofísica, sua especialidade. Na época ele morava em Wisconsin, outro estado, onde realizava pesquisas num observatório de astronomia.

Ele pretendia viajar duas vezes por semana para dar a aula, apesar de que o seminário seria durante um inverno rigoroso.

As matrículas para o seminário, porém, foram muito baixas. Apenas dois estudantes se inscreveram para o curso. A faculdade esperava que Dr. Chandrasekhar fosse cancelar o curso, ao em vez de perder seu tempo valioso. Mas, com apenas dois estudantes inscritos, ele deu a matéria. Ele enfrentou duas vezes por semana uma viajem de mais de 300 quilômetros na neve e frio por estradas do interior do estado para dar aula a dois alunos.

Os estudantes dele foram dois chineses naturalizados americanos, Chen Ning Yang e Tsung-Dao Lee. Eles eram apenas estudantes de faculdade, no começo de suas carreiras. Ninguém os conhecia. Ninguém nunca ouvira falar deles. Todos os três eram estrangeiros. Provavelmente nenhum deles falava inglês com muita facilidade.

Havia motivos de sobra para Dr. Chandrasekhar cancelar o curso, antes ou até depois de começar. Mas, 2 vezes por semana ele fez a longa viagem na neve para Chicago para ensinar seus dois alunos chineses.

Dez anos mais tarde, Dr. Chandrasekhar recebeu sua gratificação. Em 1957 Chen Ning Yang e Tsung-Dao Lee receberam em conjunto o prêmio mais cobiçado das ciências, o Prêmio Nobel de física.

Trinta e seis anos mais tarde o próprio Dr. Chandrasekhar recebeu o mesmo prêmio. O velho professor foi antecipado pelos seus próprios alunos. Mais, não devemos imaginar que ele ficou triste por isso.

Pelo contrário. Podemos imaginar que foi com muito orgulho e satisfação que o velho professor lembrou dois alunos, estrangeiros, desconhecidos, mal falando uma nova idioma. Eles eram apenas aprendizes de um professor famoso. Ele era um professor muito ocupado nas suas próprias pesquisas e realizações. Mas ele era um professor que separou seu tempo precioso para ensinar naquele inverno rigoroso de 1947 dois alunos que mostraram interesse. Dois alunos que depois mostraram seu verdadeiro potencial. (Lk 22:31-32)

Quando eu li a história de Dr. Chandrasekhar eu fiquei curioso sobre uma coisa. Por que será que aquele físico tão conhecido na época levou tanto tempo para ser reconhecido? Por que será que ele levou 28 anos amais que seus alunos ilustres para receber o mesmo prêmio? Será que foi porque ele era menos inteligente? Será que ele era um homem preguiçoso? Será que ele não se esforçava o suficiente?

Os fatos da história me levaram a crer que nenhum destes motivos explica a demora para que este homem recebesse também seu reconhecimento.

Depois de refletir um pouco mais eu cheguei a uma conclusão que me parece a mais lógica. Ele levou tanto tempo, porque ele não se dedicou exclusivamente às suas pesquisas.

Ele se dedicou também a uma outra profissão - o ensino. Ele não era exclusivamente físico. Ele era também professor. Ele não se contentou em ver o que ele poderia realizar na vida. Ele queria também ver o que outros, beneficiados pelo seu conhecimento, poderiam fazer.

Ele não guardou para si mesmo e para sua própria glória e honra os frutos dos seus trabalhos. Ele deu de si para outros, para que outros também pudessem ser beneficiados.

É mais ou menos assim com os bons professores. É assim também com os verdadeiros discípulos de Jesus. Você tem que dar de si. Você tem que se privar. Você tem que se negar. Você tem que ajudar os outros.

Mas, não poderia ser de outro jeito. Foi assim mesmo que o Mestre dos Mestres ensinou seus alunos.

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue.” (Lk 9:23)
“Se alguém quer ser o primeiro, será o último...” (Mk 9:35)
“Quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos.” (Mk 10:44)
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (João 13:15)

- Dennis Downing do site www.hermeneutica.com.br

Nordeste, onde o Brasil cresce mais rápido
João Pessoa, 23.09.2008 ~ João Vicente Ferreira Neto



1"Nordeste, onde o Brasil cresce mais rápido. Conheça a região que conquistou grandes investidores nacionais e internacionais, está exportando tecnologia para o mundo, batendo recordes na produção de soja e é conhecida como a nova fronteira do petróleo brasileiro".


Chegando do trabalho alguns dias atrás me deparei com esta frase estampada na capa de uma revista. Neste ínterim muitas coisas boas, e também algumas negativas me vieram à mente. Pensei: "Nordeste brasileiro terra que produz leite e mel", então, vi que o meu pensamento estava se misturando com um texto das Sagradas Escrituras que se encontra em Deuteronômio 8.7-10 2"Obedeça às leis do Senhor nosso Deus. Ande nos caminhos dele. Não deixe de temer o Senhor. Pois Ele está levando você para uma boa terra - terra de ribeiros, de fontes, de abundantes mananciais que regam vales e montanhas; terra de trigo e cevada, de uvas, figos e romãs;26 terra de azeitonas, azeite e mel; terra onde há muito alimento, onde não falta nada; terra onde o ferro é tão comum como as pedras, onde o cobre é facilmente encontrado nos montes". Parafraseando o texto bíblico até que não seria mal trocar ribeiros por açudes, e fontes por barragem de Coremas ou terra de Mãe d’àgua que banha inúmeros municípios do Vale do Piancó. Nordeste, esta terra que produz soja, petróleo, cana-de-açúcar, sal, algodão, tabaco, caju, uvas finas, manga, melão, acerola, feijão; terra boa que tem muita comida, onde há fartura em abundância; Onde o sol brilha intensamente, e também nasce primeiro, nordeste dos extensos planaltos, o Borborema e a bacia do rio Parnaíba, do ponto mais oriental das Américas, de uma das capitais mais arborizadas do planeta, e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a Diamantina e a Araripe. Região rica em diversidade.

Podemos parar um pouco e refletir o quão rico é o nosso povo e nossa terra. Terra do negro, do branco, do pardo, do amarelo, do índio, terra do menino, da vovó, e do compadre. Terra de gente sofrida, gente perseguida, da criança abandonada e explorada, da mulher discriminada, do homem machista, porém esta é uma terra hospitaleira, da morena brasileira, que demonstra uma atitude de amor de cada vez, nordeste de conflitos sócio-culturais, de divergências políticas, região do grande rio Chico, nordeste de problemas, mas também de virtudes, região e povo este que nos remete a outro texto bíblico, como bem ressaltou o apóstolo Paulo 3 "Somos perseguidos, mas Deus nunca nos abandona. Somos derrubados, mas nos erguemos e prosseguimos" (II Coríntios 4.9), e todo o contexto por ele apresentado. O nordeste brasileiro uma região multicultural, que dentro de si engloba outros nove tipos de culturas e costumes que são belas por suas paisagens e pelo seu povo com características ímpares. Se considerarmos o número de talentos quer materiais ou humanos que exportamos para o resto do Brasil e a todas demais partes do globo terrestre, este simples artigo se transformaria em um livro, ainda se fôssemos explorar detalhadamente cada personalidade, empresa, geografia, musicalidade, pratos, práticas, e outras virtudes peculiares ao nordeste, então teríamos que enumerar as obras.

Portanto podemos dizer, acreditar e viver para o reino de Deus, incluindo nele o nordeste brasileiro lugar onde prepara obreiros a fim de que estes possam alcançar os perdidos, alimentar os desnutridos, consolar, acolher e acobertar os órfãos e viúvas. Socorrer as prostitutas, homossexuais e todos os marginalizados. Podemos crer e viver: Nordeste, onde o Brasil combate a injustiça e desigualdade social, que demonstra a graça e amor do Senhor, e reflete a Sua glória.

1 Capa da Revista Nordeste, Ano 3 – nº 25 – Julho de 2008 – Gráfica Santa Marta, Distrito Industrial – João Pessoa – PB.
2 e 3 A Bíblia Viva – Edição Para Todos - Publicado pela Associação Religiosa Editora Mundo Cristão para a Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo da América Latina Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pela ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO - Caixa Postal 9.500, 01000 São Paulo, S. P.



Inverno e Primavera – Obras do Criador
João Pessoa, 19.05.2008 ~ João Vicente Ferreira Neto



Fora a mais fria estação,
E consigo levou estreiteza e consternação...

Enfim, chegou à primavera,
E estampado em sua face o mais belo riso...

O inverno se foi,
Abraçando-se ao passado, e lançando-se ao abismo...

A primavera por sua vez,
À sã consciência trouxe esperança...

Consigo o inverno levou a beleza,
Pois entendeu que esta é uma déspota lacónica efêmera...

Doce primavera,
Pois consigo perdurou a formosura....

A tibieza é fria, estéril, sem chiste, sem finura de espírito,
É o retrato da humanidade sem Deus...

A primavera é esplendorosa, magnificente, branda, desperta a parte incorpórea,
A primavera ao olhar para as flores simplesmente as amam como Deus as concebeu...

O inverno é o reflexo da nossa auto-suficiência,
É o espelho da alma angustiada, da visão limitada, do medo que apavora, do passado que aflige, da incerteza da vida, do terror da solidão, das inseguranças de traumas...

A primavera é a companheira que se achega quando os demais se vão,
É aquela que mesmo ausente se faz presente, alegrando o coração, dando paz ao cerne, razão à existência, sentido à vida, e gozo à alma...

Contudo, o mais admirável em tudo isso,
É que na passagem do inverno para a primavera acontece a expressão inefável do Criador, Pois é neste ensejo que Ele nos permite fazer as mais preciosas descobertas de nós mesmos...


O descendente da mulher...
João Pessoa, 19.05.2008 ~ João Vicente Ferreira Neto



“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gênesis 3.15)

“Banido do habitat bendito, o homem teve que enfrentar as conseqüências da maldição armado apenas com a promessa de alívio eventual, mediante a semente da mulher que lhe suavizaria a sorte”.

Separados de Deus por conseqüência do pecado, o homem se viu perdido e desorientado, ao menos restou à promessa, (dada pelo próprio Deus à mulher), de que o descendente da mulher seria o mediador do relacionamento entre Deus e a humanidade.

A promessa de alívio eventual, ou seja, que haveria de se cumprir, era superior às conseqüências que o homem passou a vivenciar devido ao pecado. 

O trabalho antes prazeroso e dignificante se tornou obrigatório, destemperado e fatigante. 

Contudo, o homem podia crer e descansar na promessa divina que é imutável, a qual no seu determinado tempo iria se cumprir, pois através da missão de mãe da mulher vem a salvação da humanidade, I Timóteo 2.15a “Todavia, será preservada através da sua missão de mãe...”. 

Através do nascimento de Jesus Cristo vem à salvação da humanidade, vem à restauração da alma, assim podemos desfrutar de uma íntima relação de comunhão com Deus nosso eterno Pai. 

Por intermédio do descendente (Jesus Cristo) da mulher viria à reconciliação do homem com Deus e a derrota final da serpente (satanás), uma vez que na Cruz do calvário o Senhor Jesus Cristo feriu a cabeça de satanás, selando a sua vitória redentora.Mesmo com a queda do homem, a sua separação da santa presença de Deus, o homem voltando as suas costas para o Senhor, e ainda com todas as conseqüências do pecado, ele sempre esteve aos cuidados de Deus. 

Assim nenhum sofrimento humano herdado do pecado é tão grandioso como a promessa de Deus que se cumpriu em nós por meio do descendente da mulher, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo, rendemos, pois, graças a Ele todos os dias.

Igreja – O Agente de Deus na evangelização do mundo
João Pessoa, 19.05.2008 ~ João Vicente Ferreira Neto


A Igreja é o agente do Reino, Deus usa a Igreja como o instrumento para a propagação do Seu Reino em todas as esferas do mundo por meio do anúncio da sua vontade por palavras e obras realizadas da Igreja. Através dela ele se expande e torna eficaz a sua influência no mundo. É através da Igreja que o Reino se expressa visivelmente. Isto não significa que o Reino de Deus não atue fora da Igreja, mas que a atuação do Reino é inseparável da confissão de Jesus Cristo como Senhor. Embora o Reino seja mais que a Igreja, esta é a única entidade divina - humana autorizada e capacitada a anunciar as Boas Novas, ser o Corpo de Cristo e promover os valores e poderes do Reino.
O propósito da Igreja não se esgota no seu próprio crescimento. Toda a sua vida e razão de ser é uma missão cujo objetivo se cumpre à medida que ela contribui para a realização do propósito de Deus que é colocar todas as coisas sobre a autoridade de Jesus Cristo. Este propósito esta diretamente relacionado com o fim de todas as coisas, de maneira que a Igreja deve testemunhar do Reino de Deus por todo o mundo, até o fim do mundo, em todo o tempo até o fim dos tempos (Mateus 24.14).

“A Igreja não é instituição humana, mas é obra divina”.

Nos evangelhos a palavra IGREJA aparece apenas em Mateus 16.18; 18.17. Em Atos ocorre uso deste termo 23 vezes e em todo o Novo Testamento mais de 100 vezes.
Uma vez que, ao cumprir sua missão redentora e apostólica, Cristo concretizou os propósitos eternos e salvíficos de Deus (João 6.38-40), ao exercer sua missão apostólica neste mundo, a igreja tem uma significativa tarefa a cumprir e, por isso, está enquadrada nos planos de Deus. Desta forma, a missão da Igreja tem que se caracterizar por uma proclamação clara da missão redentora de Cristo.
A Igreja precisa ver-se como uma extensão e uma continuação da própria missão realizada por Cristo, não em termos redentores, mas como instrumento para levar a salvação de Cristo por todo o mundo. Sendo assim, a Igreja representa o seu enviador, estando sob a autoridade do mesmo.
A missão da Igreja deve ser realizada a luz da missão de Cristo, ou seja, há um modelo claramente estabelecido em (João 17.18 e João 20.21). Somos enviados por Cristo segundo o mesmo padrão que o Pai usou ao enviá-lo. Cristo é o modelo para a nossa missão em cada aspecto de sua consciência apostólico – missionária mencionada acima.
“A Igreja é o agente de Deus no plano cósmico”.

A Igreja é formada por homens retirados do meio de homens, todas as pessoas são raça de Deus, ou seja, são criaturas de Deus. Nesse sentido Deus é Criador, assim todas as pessoas são filhos de Deus quanto a Criação, porém com respeito à Redenção, filhos de Deus são exclusivamente aqueles que crêem no Filho de Deus.I Pedro 2.9 nos ensina que somos Sacerdócio real. O sacerdote não age em prol de si mesmo, mas em benefício dos outros. Como sacerdotes, estamos incumbidos da misericórdia e da compaixão ao invés do juízo e julgamento. Como sacerdotes, devemos sofrer com os que estão sofrendo. Como propriedade exclusiva de Deus, devemos ser cumpridores da missão qual Ele nos preparou para que a cumprisse.

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