Fofocas sem fim.

Fofocas sem fim...

Ricardo Gondim

Deflagrou-se uma campanha nacional para me difamar. Adianto que ela não foi engendrada por alguém especificamente. Só aconteceu dos ratos saírem do porão imundo onde regurgitavam suas invejas e, unidos, passarem a se deliciar com os boatos que buscam me destruir.
Uma característica desse tipo de rato é de se acreditarem fortes. Como se alimentam da ração da maledicência, acreditam que a fofoca de quem não tem talento, unção, graça e educação se transformará em verdade.

Mas, mesmo que ratos virem vampiros, ele não metem medo, pois continuam roedores. E ninguém precisa gritar exorcismos contra eles, já que acabarão mordendo uns aos outros.

Querido leitor deste site, não espere que eu me defina teologicamente. Minha teologia é provisória. Não sou adepto de nenhum rótulo doutrinário; não aceito arames farpados no meu pensar. Dou-me ao direito de examinar tudo e reter o que for bom.

Como o Paulo Brabo, condenei minhas idéias "à reformulação eterna". Antes que algum magno chanceler denominacional, que sobrevive das estruturas do poder de sua instituição, tente me taxar de herege, exponho aqui, publicamente, os autores que me influenciam. Não tenho medo de fornecer a lenha que pode me incinerar.
Leio Jose Comblin, Jürgen Moltmann, Frei Betto, Soren Kierkegaard, Henry Nouwen, Brian McLaren, Juan Luis Segundo, Andrés Torres Queiruga, Karl Barth, Paul Tillich, Rubem Alves (embora ele não se considere um teólogo), Jung Mo Sung, Antônio Carlos Melo Magalhães, Ricardo Quadros Gouvêa, Rene Padilha e outros. Gosto de autores judeus, católicos, protestantes e uns poucos evangélicos.

Ah sim! Também não receio ler os clássicos da sociologia como Roger Bastide, Micea Eliade, Max Weber, Émile Durkheim, Peter Berger, Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freire.

E já que estou mesmo me expondo, também estudo filósofos da estirpe de Jean Paul Sartre, André Comte-Sponville, Nietzsche, Luc Ferry e Simone Weil.

Reconheço que fui precipitado em postar minhas entranhas existenciais aqui no site. Fragilizei-me diante de analfabetos funcionais que não conseguem transpor seus rígidos catecismos, não sabem abstrair na metáfora e sofrem de paralisia mental, quando expostos à linguagem mítica. São eles que, no espírito do Talebã, reúnem as massas para gritar: "Crucifica, queima, apedreja, metralha, explode".
Alguns mais imbecis espalharam pelo Brasil que abandonei a Bíblia para ler autores seculares como Lobo Antunes, Victor Hugo e Jorge Luis Borges – será que se esqueceram de Machado de Assis?

Os menos avisados se escandalizam, pois não concebem como um pastor pode gostar de Fernando Pessoa, Drummond, Chico Buarque ou Lenine.

Nesse clima de absoluta estupidez, recebo vários e-mails me perguntando o que aconteceu comigo. Minha resposta cândida: Nada!

Continuo o mesmo. Sou pastor de uma linda comunidade em São Paulo, que me ama; prego aqui e  acolá; estudo no programa de mestrado de Ciências da Religião da Universidade Metodista; escrevo para duas revistas; mantenho as postagens deste site; e treino para a próxima Maratona.

O que acontece então? A escuma nojenta dos invejosos subiu à tona. Quer um exemplo? Acabei de ser exortado com a seguinte mensagem:

nome: XXXX
Qual é o preço? Mt 10:8
telefone: XXXXXXX
mensagem: Sou servo do Altissimo, e as vezes ouço algumas de suas pregações.Certa vez, indiquei o site e quando citei o seu nome, a pessoa me informou que o senhor cobra para pregar em outras igrejas, e em uma ocasião, uma igreja estava te pagando R$5.000,00, e outra ofereceu R$25.000,00, e o senhor atendeu a que ofertou mais.Espero que não seja verdade, mas, se for, peço que o Senhor tenha misericordia de sua vida.

Mesmo que eu desafie que qualquer pessoa prove que eu tenha me comportando com tanta baixeza no sagrado ministério, entendo que não conseguiria esvaziar com esse tipo de fofoca.

Resta-me imaginar que esse tipo de prática seja comum entre os ratos vestidos de pastor e que eles, para se protegerem, queiram me fazer igual.

Aviltado, sou tentado a invocar alguns Salmos precatórios, mas não vou fazer isso.

Prefiro reafirmar que, por essas e por outras, não quero mais colar meu nome ao movimento evangélico – com “e” minúsculo; necessito de sanidade espiritual para continuar Evangélico - com “e” maiúsculo.

Soli Deo Gloria.

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