Os jumentos e os asnos
Os jumentos e os asnos “Quem despediu livre o jumento selvagem, e quem soltou as prisões ao asno veloz, ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada por morada? Rí-se do tumulto da cidade, não ouve os muitos gritos do arrieiro. Os montes são o lugar do seu pasto, e anda à procura de tudo o que está verde”. O jumento é conhecido pela sua proverbial burrice. Quando “empaca” tem-se que acender fogo sob as suas virilhas para movê-lo do lugar. É ele quem carrega as nossas cargas por milênios, e ainda hoje há civilizações inteiras que o usam para esta finalidade. Já o asno veloz vive só, mas é livre e ninguém parece cobiçar o seu território. Sua liberdade vem do desprezo que se dá àquilo que ele preza! No entanto, tanto um quanto o outro – coisa que acontece entre jumentos e asno – riem-se do tumulto da cidade, desprezam os gritos do arrieiro, e comem de Graça. Carregam a carga dos outros, mas seu alimento independe disso: eles comem de Graça! Já os humanos, que os subjugam, têm que usar em...