Na metáfora dessa vida, jogo de futebol eterno, Chape somos nós.


Na metáfora dessa vida, jogo de futebol eterno, Chape somos nós.

Costumo dizer que futebol é metáfora da vida e talvez por isso esse lance com a Chapecoense me deixa tão triste. 

Porque, por mais que torçamos pra São Paulo, Flamengo, Corinthians, Vasco, Palmeiras, Santos e outros grandes times, na vida a gente é mesmo uma Chapecoense. 

A gente sonha, luta, batalha, joga fechadinho na defesa, aguenta pressão no trabalho, salva bola em cima da linha no último minuto e quer ser campeão de algo, vibrar com a felicidade, alçar vôos altos. 

A gente é Chapecoense na vida porque, por mais que algumas vezes queira e em outras se sinta impotente, está lá, sempre na peleja. 

Nem sempre com torcida a favor, às vezes com o estádio da vida lotado, tentando virar o jogo fora de casa, mas estamos lá, buscando nossa realização, nosso conto de fadas. 

A gente adotou a Chapecoense porque ela é gente da gente. 

Com essa queda, a gente vê como se importa com bobagem, como perde energia com coisas pequenas, inclusive por aqui. Como a gente se demora em questões que não geram amor. 

''Donde no puedas amar, no te demores''. 

Já que vamos seguir na vida, é preciso ser mais Chapecoense. 

Se encontrar mais, sorrir mais, discordar quando for necessário, mas se respeitar mais.

Cultivar os afetos, deixar os desafetos pra lá, nos livrar das âncoras e seguir com as velas. 

É preciso seguir, é preciso soprar. 

Vamo, vamo, Chape. 

Na metáfora dessa vida, jogo de futebol eterno, Chape somos nós.

AUTOR: Arthur Crispin

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