Cândice, eu e a arte de viver...



Não tenho a inteligência do pensador; a eloquência do orador; o talento do artista; a voz do cantor; a letra do escritor; o passo do dançarino; 

Nem mesmo a interpretação do ator; 

O que tenho?

Um coração que sangra, sente, pulsa paixão, desejo, tesão e amor...

E que acima de tudo vive, ao invés de apenas existir... 

Coração todo mundo tem, ainda bem. 

As vezes me pergunto se todo mundo tem um coração mesmo (ou que tipo de coração tem, né?). 

Sim, coração todo mundo tem, pulsa diferente ritmos, sente diferente, devem ser tipos mesmo...

Não tem a música, né? "a gente se ilude dizendo já não há mais coração". 

Me admiro que algumas pessoas tem talentos maravilhosos. 

Seja para pintar uma tela, um quadro, fazer um desenho, escrever um livro, declamar um poema, recitar poesia, compor letras, músicas, interpretar...

Interpretar canções e peças, mas no dia a dia são indiferentes, as vezes parecem insensíveis, ou a sensibilidade que sobra para outras atividades, falta para o simples contato diário. 

E compor os dias? 

Pintar a vida todo mal(ben/m)dito dia? 

Declamar poesia(s) nas paredes?

Interpretar uma planta num jarrinho beira de varanda? 

Isso tudo não será talento, corazon? 

E talento também não tem quem tem olhos, ouvidos, boca, pele, coração... 

Pra reconhecer outros talentos e se deleitar? 

E sorrir não é um talento lindo? 

Silenciar, chorar?

Sim, viver (amar) é o maior de todos os talentos. 

Andar todo dia, se arrastar nos dias, fazer sempre a mesma coisa como, como se fosse uma pintura, uma gravura, uma composição ecoando na vida, como diz a canção: "Quem sabe isso quer dizer amor, Estrada de fazer o sonho acontecer".

Quem sabe... 

Amar o outro apesar dos defeitos, ou amar o outro com os seus defeitos, sabendo que tais defeitos faz deste um ser singular, único. 

"Que pode uma criatura senão,

senão entre criaturas, amar?

amar e esquecer,

amar e malamar,

amar, desamar, amar?

sempre, e até de olhos vidrados, amar?"

É o nosso destino.

A Mar, Amar termina com MAR, então mergulha. 

Isso! 

Não poderia dizer melhor. 

Mergulhar até virar amar, mar, uma coisa só...

Cândice Guzmán & João Vicente Ferreira Neto

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