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Retrato Cruel do Cotidiano

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Retrato Cruel do Cotidiano Eles Citam apenas o que lhe convém: “a salvação é pela graça”, mas ignoram, omitem ou até apagam a parte que afirma: “a fé sem obras é morta”. Um dia comum na semana de trabalho, sol de meio dia (a pino) e o funcionário - trabalhador ou colaborador? - sentando em um banco de madeira à meia-sombra precisando de um vale para comprar os remédios da família e o gás de cozinha que acabou. Enquanto isso, o patrão bem-sucedido (herdeiro), cristão e defensor da tríade do mal — “Deus, pátria e família” — chega em mais um de seus carros importados, híbrido, conquistado não pelo próprio suor, mas pelo esforço de trabalhadores miseráveis que sustentam seu luxo. Esse trabalhador, depois de quase duas décadas, finalmente entende que o discurso meritocrático — “acorde mais cedo, faça em dobro, enquanto os outros dormem” — não passa de um disfarce para a velha exploração da mais-valia. Do outro lado está o trabalhador, preto, acusado de ser “invasor” de um pedaço de terra ab...

Mãe (solo), é fácil de entender; difícil de explicar; Te amo...

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Mãe (solo); É fácil de entender;  Difícil de explicar;  Te amo... No segundo domingo de maio é comum comemorarmos aqui no Brasil o dia das mães. Poderíamos atribuir a esse ser mãe diversas qualidades, uma delas, sem dúvida alguma, é a resiliência. Casos como as Mães de Maio e Carolina Maria de Jesus ( Quarto de Despejo ) são inspiração a todos, todas e todes. Ali há uma diversidade de fotografias/histórias que retratam/narram/descrevem a realidade de muitas mães brasileiras e a elas todo o meu apreço, respeito, acolhida e profunda admiração, embora não sinta na pele a dura realidade vivida por cada uma delas! Em um país com tantos órfãos, eu posso dizer que sou privilegiado por ter duas mães: uma biológica e a outra que me criou desde os meus cinco meses de vida. Hoje pela manhã, quando tomávamos café, minha prima irmã disse: "mãe é aquela que ama, ama não porque é amada, é amada porque ama" . Cada pessoa tem seu tempo, cada pessoa tem sua história, há mães que geraram f...

Vai ficar tudo bem Jão...

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Foto e tatuagem: @brunolopestattoo Vai ficar tudo bem Jão... Era um domingo pela manhã, não se sabe se ainda era primavera ou se já era verão... Sentado em um sofá - cabisbaixo - estava João quando a criança o fitou nos olhos, pôs as mãos sobre sua cabeça e o acariciando disse: "Vai ficar tudo bem Jão... Vamos brincar?!" João que até então desconhecia Jão disse sim com a cabeça, e então começaram a brincar... Nos momentos críticos e cruciais daquilo que difere o chão da existência do caminho da vida parece que só uma criança é capaz de nos dar luz, sentido e propósito. Somos seres em construção, não nascemos prontos, nascemos e vamos nos fazendo (Cortella) , somos aquele alguém que transita da dor de existir à alegria de viver... Da dor de existir alojada no passado, silenciada por ele. Daí a razão e a importância de ensinar essa dor a falar, ensinar essa dor a escrever, ensinar essa dor a ler, pois uma dor analfabeta é a mais perigosa, ela anula uma vida e a reduz apenas ao ...

Educação da agressividade

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Certa vez li que o preço/custo para reeducar um adulto é de 4 a 5 vezes do que é aplicado/investido para se educar uma criança, e sem dúvida alguma a temática que envolve a agressividade e a violência tem um papel de enorme relevância nisso. Acima o print de uma imagem de um podcast por título: A educação da agressividade que foi baseado na entrevista abaixo. https://www.revistaesfinge.com.br/wp-content/uploads/2011/07/05-770x405.jpg Educação Educação da agressividade Revista Esfinge 1 de maio de 2020 Entrevista com Rosário Ortega, catedrática em psicologia da Universidade de Córdoba “Ante a violência, tolerância zero” é o lema da campanha dirigida por Rosário Ortega, na América Central. Escritora infatigável em revistas de âmbito nacional e internacional e especialista em relações interpessoais, educação para pais e prevenção da violência, Rosário Ortega, que também é diretora do departamento de educação, investiga há muitos anos a violência e a agressividade no ser humano. As linhas ...

Lenda Árabe - Dois Amigos

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  https://www.portalviapublica.com.br/uploads/news/2018/12/02/escreva-na-areia.jpg Lenda Árabe ~ Dois Amigos Diz uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto, quando em determinado ponto da viagem, bastante cansados, um agrediu o outro. O ofendido , sem nada dizer, pegou o seu cajado e escreveu na areia: "hoje o meu melhor amigo me derrubou no chão". Passado algum tempo, seguiram viagem pelo deserto, até chegar a um oásis. Lá, se banharam à vontade, até que o amigo que havia sido agredido, começou a se afogar. O outro nadou até ele e o trouxe até a margem, são e salvo. Foi quando o amigo resgatado pegou seu saibro e escreveu em uma pedra, cercada de vegetação: "hoje o meu melhor amigo salvou a minha vida". O primeiro perguntou: "por que quando você foi agredido, você escreveu seu sentimento na areia, e quando foi salvo escreveu na pedra? " O outro respondeu, sorrindo: " quando um grande amigo nos ofende, devemos registrar esse dano na areia, ...

EU NÃO SOU VOCÊ!

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37 anos 5 meses e 3 dias O que há em comum entre o dia 6 de maio de 1955 e 01 de novembro de 1983 com 09 de outubro de 1992 e 04 de abril de 2021? 37 anos 5 meses e 3 dias, ou seja, o mesmo período de tempo neste lugar que chamamos de terra. Durante anos, talvez durante todos estes anos a imagem que o filho tivera do pai era de um herói. Um herói que sucumbiu diante de 4 balas letais. O filho nasceu, cresceu e viveu por anos com essa imagem do pai incontestável, inquestionável, quase gloriosa e redentora de um grande amigo, protetor, brincalhão, leal e amoroso, a criança fora induzida a pensar assim sobre este pai que o reprimiu e o agrediu durante aquele tempo na infância. Os relatos da mãe do único irmão paterno, o caçula, que muito lembra - uma versão boa deste pai - o pai ao menos fisicamente, com o relato profundo e arrebatador da mãe, somados a tudo o que viveu, presenciou e se têm vivo na memória sobre sua infância com este pai só o leva à uma direção. Tal pai era um monstro que...