Discurso da candidata Marina Silva – Parte 03
Discurso da candidata Marina Silva - Parte 03
Agradeço e cumprimento todas as crianças que me homenagearam - inclusive aquele jovem, que sentou na cadeira do vice-presidente, já colocando a que ele veio, na pessoa do Daniel, filho do Carlos Vicente, do Ives e da Iara. Quero cumprimentar todas as crianças. Uma saudação especial às pessoas que não estão presentes, mas que, igualmente, são importantes na minha vida: o bispo Dom Moacir Grecchi, alguém que foi responsável não só por muito do que aprendi na política, mas pela minha própria sobrevivência quando me ajudou a salvar a vida. Quero agradecer meus pastores, o pastor Sóstenes Apolo e a Pastora Valnice, a pastora Eliana, na pessoa deles, os que me dão sustentação, apoio espiritual e que me ensinaram que neste País laico a grande bênção é sermos um Estado laico para que possamos respeitar todos os que têm crença, todos os que têm crença diferente e todos aqueles que não têm. Isto é, de fato, uma grande conquista da nossa democracia. Por último, saúdo os 190 milhões de brasileiras e brasileiros, de todos os lugares, de todas as cores, de todas as raças, de todas as formas e de todas as graças deste Brasil diverso que temos, e que nos dá orgulho de sermos brasileiros.
Meus irmãos e irmãs estamos aqui para um desafio, um desafio que deve, em primeiro lugar, colocar quais são as referências que me trazem e que nos fazem chegar até aqui. Não quero, Gabeira, Sirkis, Guilherme, meus companheiros e companheiras, fazer um discurso em que vocês não estejam incluídos, os que estão aqui, os que estão nos assistindo e os que ainda vão nos assistir. Baseio-me em alguns referenciais. O primeiro deles - aprendi com o Bispo Dom Mauro Morelli - lutar pelos que não são, pelos que não sabem, pelos que não podem, pelos que não têm, para que um dia saibam, possam e tenham. Outro referencial, penso no da juventude. Sempre digo que os jovens não se envolvem em projeto de poder pelo poder, Shalon, você que é a minha filha mais velha. Os jovens, as crianças se envolvem onde há o cheiro da mudança, da transformação; que é a transformação responsável baseada em engenharia, processos e estruturas concretas, mas não abrem mão de sonhar para ver mudar o futuro que a gente quer cada vez melhor para nossos filhos e netos. Eu quero agradecer a essa juventude que me trouxe até aqui, como sendo os primeiros a terem sonhado com essa idéia, Guilherme, de termos, hoje, uma candidatura. Este projeto está em cima de alguns pontos - não posso deixar de fazer, como professora de ensino médio, sempre como faço, primeiro, uma contextualização.
Por isso, vou partir do Brasil que hoje temos, um Brasil que não precisa olvidar suas conquistas, mas também não precisa fazer uma apologia cega delas, esquecendo que ainda temos muitos desafios e de que ainda temos muitos erros a serem corrigidos. Temos que reconhecer que o Brasil dos últimos anos foi capaz de grandes conquistas, a começar pela conquista da democracia, vinte anos de democracia reconquistada e estabilizada na realidade do Brasil, dezesseis anos em que este País tem lutado por estabilidade econômica e conseguiu fazer com que tivéssemos uma situação em que há controle de inflação, em que a crise que atravessamos, ainda que tenha nos afetado, não nos abalou. E estamos de pé, crescendo cerca de 9% em relação ao ano passado, e com uma perspectiva boa de crescimento, ainda que ele precise ser ressignificado para que não continuemos no mesmo diapasão do desenvolvimento pelo desenvolvimento, do crescimento pelo crescimento.
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