E a seleção do Dunga?

E a seleção do Dunga?

Bem, passada a primeira fase podemos destacar alguns aspectos da seleção do Dunga.

Vamos por partes.

No primeiro jogo natural o nervosismo. Afinal desde 1990 (a primeira Copa que assisti) o Brasil tem um jogo duro, tenso.

Em 90 com dois gols de Careca batemos a Suécia, naquele ano caímos nas oitavas para Argentina em jogo que fomos superiores, mas que fomos derrubados pelo talento de Maradona e o faro de gol de Cannigia.

Em 94 a estréia foi contra a Rússia. Vencemos por 2 x 0 com gols de Romário e Raí. O final daquela Copa nós quebramos um jejum de 24 anos.

Em 98 vencemos o horrível time da Escócia por 2 x 1 com gols de César Sampaio e outro contra. Na final levamos um baile de Zinédine Zidane e Cia e fomos vice.

Em 2002 passamos pela Turquia de virada 2 x 1 com gols de Ronaldo e Rivaldo. A melhor seleção que vi jogar (Afinal minha primeira Copa foi a de 90, não vi as seleções de 70 e 82 por exemplo). Brasil campeão e Ronaldo artilheiro.

E na última Copa em 2006 vencemos pelo placar mínimo com gol de Kaká a Croácia, por 1 x 0. A seleção foi eliminada mais uma vez pela França de Zidane.

Nesta Copa (2010) começamos com o 2 x 1 contra os Coreanos do Norte. Muita gente criticou, mas não estranhei nada. Algo como já disse: natural.

No jogo seguinte melhoramos e muito. Uma boa marcação, um Luís Fabiano mais voluntarioso, mas nada Fabuloso (algo criado pela mídia. É como chamar Adriano de Imperador). Na minha geração apenas Romário e Ronaldo foram ícones, verdadeiros craques quando nos referimos a centroavantes. Nem mesmo o Careca estava no nível destes dois. Contra a Costa do Marfim foi bom ver o Kaká se esforçando, levar algumas porradas fez “bem” para ele. E até foi melhor que tenha sido nele, já pensou se fosse no Felipe Melo? É melhor não pensar. O próprio Felipe Melo tão criticado por muitos inclusive por mim, conseguiu jogar um futebol “apreciável”.

Mas contra Portugal iríamos ver o que de fato é a seleção do Dunga. Pois bem...

Primeiro: O time titular não é espetacular, mas é organizado, disciplinado e de resultado.

Segundo: O Kaká mesmo sem estar 100%, e o Robinho mesmo não vivendo a melhor fase de sua carreira, caso não joguem farão um falta miserável a seleção. Chego a dizer que até o Elano faz falta nesta seleção do Dunga.

Terceiro: Não temos lateral esquerdo. Isso é fato. Sofremos de ausência crônica de Roberto Carlos. Nada contra o Michael Bastos que joga de meia-direita no Lion. É um bom jogador, mas colocado em uma enrascada pelo Dunga e por seu mentor “intelectual” o Jorginho. Tínhamos o André Santos que vive o melhor momento de sua carreira no Fernebach, o Marcelo do Real Madrid e ainda o Roberto Carlos que vem comendo a bola no Timão. O Gilberto é uma piada. Jogador de clube e que ainda assim joga de meia e não mais de lateral. Poderíamos levar o Ganso seria uma opção. Mas agora é tarde.

Quarto: Nada contra a coerência e tão famosa disciplina do Dunga. Mas ficou claro que se o Kaká não puder jogar seja por qual for o motivo, o Julio Batista (que é bom jogador) não conseguirá substituir o Kaká. O Dunga vai ter que torcer para o Robinho estar bem, pois neste caso ele coloca o excelente Nilmar na frente e recua o Robinho para o meio.

Quinto: Não temos banco. Nossos reservas seriam ótimos em clubes, mas quando se fala de seleção a história é outra. Não tem um cara que de um drible, que faça algo bem típico ao futebol brasileiro, quase todos são previsíveis.

Sexto: Tivemos a felicidade de passar em primeiro e teoricamente pegar o lado mais fácil ou menos complicado da fase mata-mata, mas como esta Copa esta cheia de surpresas é sempre bom ficar ligado, caso contrário voltaremos mais cedo para casa.



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