A Síndrome dos Extremos...



Hoje tive a "oportunidade" de sentar e assistir ao "polêmico" vídeo da jornalista Rachel Sheherazade sobre "adote um bandido".

Sinceramente?!

O Brasil sofre da síndrome dos extremos. Ou você é radicalmente contra ou a favor de algo, parece nunca haver o equilíbrio entre um e outro.

Beijo Gay entre os dois atores:

Ou é viadagem, um insulto a família, aos bons costumes e blá blá blá...

Ou é a vitória dos oprimidos, das minorias, dos excluídos, do "amor" sobre o ódio e blá blá blá...

Por exemplo: quase ninguém conseguiu focar nos vários problemas que abrangiam o seio familiar, pois ficaram apenas e exclusivamente focados na sexualidade de um dos filhos de uma "família" completamente destruída, pomposa exteriormente e pulverizada interiormente!

O caso dos que são contra ou a favor da Rachel Sheherazade é similar.

Eu tenho a seguinte opinião: ela despontou com aquela fala sobre o carnaval - ainda aqui na TV Tambaú - que tinha um senador em mente, o "Sr." Cássio Cunha Lima, e com isso "caiu" nas graças do Sílvio Santos sendo promovida ao cenário nacional. De lá até cá, a moça ao meu ver criou uma personagem, quem diz o que diz é ela, mas como mera intérprete.

Daí tem aquela turma que a defende: "ela diz o que todo mundo (me excluam por gentileza) gostaria de dizer e não tem coragem";

E tem os "sentidos, escórias - como se auto proclamam - os rejeitados, as minorias, as vítimas da sociedade, os produtos do meio, e etc..." Que no mínimo acabam tratando a moça de modo similar ao que afirmam serem tratados por ela.

O melhor resumo desta "ópera": uma moeda de duas face, ou duas faces de uma mesma moeda? Há diferença entre as marchas para Gesuis e a Gay, ou ambas são marchas sem uma razão pela qual marchar, disfarçadas apenas de interesses que não se sabem bem quais?

E os direitos humanos, são direitos? E se são, de quem? Ou não seriam desumanos? Afinal ou a final, são inclusivos ou excludentes? Ou includentes, ou exclusivos?

Faço minhas as palavras de um outro João (John Stott): "nem um extremo, nem outro, a melhor maneira de se viver no equilíbrio é estando nos dois extremos, é concordando e/ou discordando de ambos que encontramos o equilíbrio, os extremos separados são sempre perigosos e danosos"!

Assim, nem tudo o que Rachel Sheherazade disse é descartado e descartável, nem tudo o que ela disse faz sentido e deve ser seguido, mas há coisas válidas na fala da moça, as intenções e os meandros não tenho como saber, não tenho o poder de sondar mentes e corações, e nem pretendo ter.

No fim reafirmo o que já digo há alguns anos, só quando parte da população se revoltar como no filme "um dia de fúria", e começar a fazer "justiça" com as próprias mãos é que talvez alguma coisa comece realmente a mudar neste país.

Encerro parafraseando C.S.Lewis: "só sabemos até que ponto temos fé em Deus até que isto envolva uma questão de vida ou morte", eu digo que só podemos falar com veemência sobre um caso quando passamos por algo similar, exemplo: quem já foi molestado na infância, caso presenciasse alguma criança da sua família sendo abusada/molestada, como ela reagiria? Se tivesse a "oportunidade" de descer uma surra em tal agressor ao presenciar a cena, você acredita que ele iria pensar em um diálogo? Direitos humanos? Ou um filme da sua infância iria passar pela memória?

Como disse Caetano: "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"!

João Vicente Ferreira Neto

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