Eu tenho esta estranha mania de continuar acreditando no Brasil....
Quem desiste de que?
Ou o que desiste de quem?
Um ser pode desistir de algo?
Ou algo pode desistir de alguém?
Para ser mais claro...
Eu, enquanto indivíduo e cidadão, posso desistir do Brasil enquanto país e sociedade?
Ou o Brasil, enquanto país e sociedade, pode desistir de mim enquanto indivíduo e cidadão?
Continuo lutando por um país mais justo e menos desigual?
Ou passo a lutar apenas por mim, pela minha trajetória acadêmica, profissional e pelo meu bem estar?
Austrália, Canadá, EUA, e alguns outros países nunca foram tão atrativos a nós brasileiros como nestes últimos anos, e as oportunidades lá são inúmeras.
O que este países podem nos proporcionar está para além daquilo que é proporcionado aqui no Brasil, mesmo para pessoas com uma boa qualificação acadêmica e profissional, e que tem boa qualidade de vida.
Segurança, saúde e educação eficazes, eficientes para os deles e para os estrangeiros.
Os chamados subempregos lá dão uma condição e qualidade de vida aos que vão, quase similar a que algumas pessoas de classe média desfrutam aqui no Brasil, com o "agravante" de terem o tripé básico de funcionalidade governamental a todo vapor.
Lá há segurança, apesar dos baixos índices de criminalidade e violência;
Lá há saúde, acessível a todos, sem distinção de classe social, cor e sexo;
Lá há saúde, acessível a todos, sem distinção de classe social, cor e sexo;
Lá há educação de alto padrão e emprego que valoriza o funcionário.
Mas será que lá há aquilo que é essencial?
A razão pela qual existo?
Qual é o propósito da minha existência?
Por qual razão eu ainda insisto em acreditar no Brasil?
Por qual motivo eu ainda insisto em permanecer no meu país?
Apesar de toda disparidade que há nas áreas essências do viver humano e social, o que me faz permanecer é a utopia e fé (paradoxo abissal - me permitam a redundância) de que é sim possível fazer deste país uma nação mais verde, amarela, branca e azul.
O Brasil pode ser sim um país mais cheio de vida, onde exista distribuição equitativa de renda, onde o tripé básico eficaz (mencionado acima) funcione integralmente para todos sem distinção, onde a sustentabilidade seja uma pauta e prática constante na sociedade sobre diversas esferas e atividades, onde os políticos sejam referências éticas e morais...
Idealista, eu?
Em partes, o que sou mesmo é sonhador, e tento apenas transformar meus sonhos em realidades, pois a melhor maneira de sonhar é acordado.
Costumo dizer que sonhos são melhores sonhados quando vividos. E eu mesmo já tive a oportunidade de viver alguns dos meus sonhos, embora também já tenha vivido alguns pesadelos.
Há uma canção linda cujo o trecho diz "porque se chamavam homens, também se chamavam sonhos e sonhos não envelhecem".
O fato é que nós iremos envelhecer, mas os nossos sonhos devem permanecerem vivos. Mesmo que não venhamos desfrutá-los, mas outras gerações poderão e se elas chegarem a desfrutar, então nossos sonhos serão vividos, e continuarão vivos e vivendo.
Eu tenho esta estranha mania de continuar acreditando no Brasil....
João Vicente Ferreira Neto
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