Carmina Burana (O Fortuna) (tradução)
Carmina Burana (O Fortuna) (tradução)
I - Fortuna Imperatrix Mundi (Fortuna, Imperatriz do mundo)
Ó Fortuna
variável
como a lua
cresces sempre
ou diminuis,
detestável vita!
joje maltratas
amanhã lisonjeias
brincas com os nossos sentidos
a miséria
o poder
fundem como gelo em ti.
Destino cruel
e vão
roda que giras
a tua natureza é preversa
a tua felicidade vã
sempre a dissipar-se
pela sombra
e em segredo
aproximas-te de mim
apresento o meu dorso nu
ao jogo da tua
preversidade.
Felicidade
e virtude
são-me agora contrárias;
afecções
e derrotas
estão sempre presentes.
Nesta hora
sem demora
pulsai as cordas
pois que o bravo, derrubado
pelo destino
chorai todos comigo.
2. Fortune plango vulnera (Feridas causadas pela fortuna)
Choro as feirdas causadas pela fortuna
com olhos lacrimosos
pois, rebelde,
retoma os seus dons.
Na verdade, está escrito
que a cabeça coberta de cabelos
a maior parte das vezes
revela-se, quando a ocasião se apresenta calva.
No trono da Fortuna
sentei-me com orgulho
coroado com as flores variadas
da prosperidade.
Floresci então
feliz e abençoado
eis-me agora caído do cume
e privado de glória.
Gira roda da fortuna
eu desço e pereço
outro é levado para cima;
no cimo de tudo
senta-se o rei, no vértice:
ele que se guarde de cair!
E sob o eixo da roda lê-se:
Rainha Hécuba.
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