PASTOR, ACHO QUE ESTOU FICANDO TARADO! - Parte III
O que desmonta esse mecanismo da morte na gente é uma dupla admissão, seguida de uma simples certeza:
1ª Você precisa admitir sem desespero que você é pecado. Que todas as suas virtudes são trapos de imundícia se vistas sob a Luz Divina da Verdade. E precisa saber que é assim. Sim, você e eu somos pecadores; e, por nós mesmos, estamos destituídos da glória de Deus. E, meu amigo, quanto a isto, não há exceção: todo homem está sob tal realidade. Ninguém escapa.
2ª Você precisa admitir que Jesus agradou a Deus por você, pois, “ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar...” em nosso lugar. “Aquele que não tem pecado, Deus o fez pecado por nós”. Em Cristo a Lei foi abolida ( “o fim da Lei é Cristo, para a justiça de todo aquele que crê...”), a maldição da Lei foi cancelada (“...Ele foi feito maldição em nosso lugar...”, e Deus reconciliou consigo o mundo, quando Cristo consumou toda a justiça diante de Deus.
Assim, a sua herança em Deus é a herança de Jesus. E também assim você pode viver sem medo, nem da morte e nem da vida, e nem de nada, pois, em Cristo, nada pode divorciar você do amor de Deus.
Uma vez que isto é admitido não apenas com a mente, mas com o coração, tudo começa a mudar.
E, para mim, nada há mais “lógico” do que crer na loucura do Evangelho, visto que sem ele nada me resta se não o esmagamento insuportável da Lei ou, quem sabe, um mergulho desesperado na “morte de Deus”, ou numa crença que me oferecesse um Deus Zen. Mas uma parte enorme de mim teria que desaparecer.
O Evangelho, todavia, coincide com a vida. Nele eu tenho espaço para viver, e carrego dentro de mim a paz da justificação.
O Evangelho, por ser a Verdade, atende a todas as dimensões da realidade. E é Boa Nova para todas as camadas do ser e da existência.
Mas qual é o benefício que vem de se admitir com o coração, tanto quem eu sou quanto o que Cristo já fez por mim?
Ora, uma vez que sei que estou morto por mim mesmo, e que nada há em mim que mude minha morte, acaba a pior luta da alma, que é a luta da auto-justificação.
E é do esforço da auto-justificação que nascem todas essas pulsões que gritam como tara e descontrole, posto que a auto-justificação é um palco de justiça para fora, e torna-se, justamente por isto, um forjador de fantasmas opostos aos personagens praticados como esforço e lei, do lado de fora—esforço de ser para Deus, para os outros, e para nós mesmos.
Mas quando eu sei que estou morto, morto estou; e quando sei que em Cristo morreu a minha morte, com Ele eu morro; e quando sei e creio que Ele ressuscitou dos mortos, eu celebro o fato de que assim como sou morto, também com Ele morri; e assim como Ele ressuscitou dos mortos, também com Ele vivi.
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