Fina Ironia



Fina ironia. 

O PT que é um partido fortíssimo em quase todo o Brasil, mas muito dividido e consequentemente fragilizado aqui na Paraíba, enfim ganhou uma eleição de grande proporção, justamente por causa da inflexibilidade de um ex-petista. Nada contra Luciano Cartaxo, mas se Luciano Agra fosse o candidato do PSB acredito piamente que Cartaxo não iria sequer ao segundo turno das eleições municipais em João Pessoa. 

Quem estava por dentro dos ocorridos que antecederam as eleições, sabe bem as razões e o imbróglio envolvendo o atual prefeito Luciano Agra e o PSB, as renúncias e o desejo de voltar. 

O que faltou ao governador foi a habilidade que parece sobrar no ex-governador Cássio Cunha Lima. As vezes é necessário ceder no agora visando um fim proveitoso mais a frente, se tivesse feito assim, Ricardo Coutinho teria nada mais nada menos que as Prefeituras de Campina Grande e João Pessoa ao seu lado, mas, mais do que nunca voltou a ficar nas mãos de Cássio e vai precisar muito da ajuda do mesmo para a tentativa de reeleição ao governo do estado. 

Também acredito que tanto Dilma quanto Lula pouco influenciaram os votos dos pessoenses, mas o atual Prefeito Luciano Agra talvez seja o grande nome e cabo eleitoral desta eleição. 

A lição é que as vezes vale a pena dar um passo atrás e mais a frente em momento oportuno dois adiante! 

Agra serviu de referência, mas a partir de agora cairá no esquecimento. 

O que é preciso entender é que Agra é fraco, muito fraco sobre muitos aspectos. 

Por no mínimo quatro vezes ele disse não sobre a possibilidade de reeleição. 

Quando decidiu ser candidato foi praticamente as vésperas das eleições internas do PSB. 

O que não justifica a falta de habilidade ou flexibilidade por parte de Ricardo em voltar atrás. 

Cícero não passaria de onde conseguiu chegar. Cícero, Maranhão e o próprio Ricardo sempre serão bem votados, mas não necessariamente eleitos. 

O que se passou na cabeça do governador possivelmente foi: Arriscar e eleger sua candidata (que foi o que com insucesso tentou), ou permanecer com Agra sabedor de que Agra não estava mais com ele (ao menos em ideais, propósitos e por ai vai). 

O governador talvez tenha pensado que Agra poderia se reeleger e depois abandoná-lo, e neste aspecto seria pior para Ricardo. 

Penso claramente que Lula, Dilma e qualquer outro presidente ou presidenciável pouco influenciará nas eleições aqui. 

Creio que os votos nosso estado se dão muito por tradição familiar, empatia para com o candidato, sem dúvida alguma com as alianças (muitas vezes incoerentes), por causa ainda dos "projetos-cargos-prometidos", dentre outras questões. 

Sabemos também que a bancada seja dos vereadores ou deputados são divididos em dois blocos, e alguns isolados (PSOL), um bloco dos que lutam para aprovar os interesses do EXECUTIVO (neste caso seus próprios interesses), e o outro bloco que faz de tudo para reprovar as matérias advindas da situação, independente das matérias apresentadas. 

Nem tudo são flores a "oposição", pois se por um lado o PSB perdeu a Prefeitura aqui em João Pessoa, por outro o então possível candidato a governador do estado pelo PMDB Veneziano Vital do Rego teve uma baixa ao perder em Campina Grande, e alastrando ainda mais os problemas para si, precisará se engajar em alguma causa que o deixe em evidência durante estes dois próximos anos. 

Para que não "cai" no "esquecimento" político. 

Ricardo possivelmente dependerá de Cássio Cunha Lima, mas também não é tão bobo quanto muitos o julgam, após os resultados no 1 turno aqui em João Pessoa, na semana seguinte Ricardo Coutinho anunciou um pacote de R$ 318 milhões de reais exclusivamente para a realização de obras na cidade de Campina Grande. 

Mais que um indicativo de âmbito estadual, estas eleições municipais serviram para apontar os embates em esfera nacional. Possíveis alianças (PT+ PMDB = Dilma e Temer); (PSB+PSDB = Campos e Neves); (?+PSOL = Marina Silva e Marcelo Freixo), mas o melhor é acompanhar os fatos, esperar e ver o que acontecerá em 2014.

João Vicente Ferreira Neto

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