Tomei o Santo Daime. O que você acha?‏


TOMEI O SANTO DAIME. O QUE VOCÊ ACHA?

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From: TOMEI O SANTO DAIME. O QUE VOCÊ ACHA?
To: contato@caiofabio.com
Sent: Monday, June 13, 2005 10:30 AM
Subject: santo daime

Querido Caio,

Sempre leio seu site e acho suas respostas às cartas maravilhosas, aprendo muito com elas. Estou escrevendo porque queria saber o que o Sr. acha do chá Santo Daime - ayahuasca. Eu tomei nesse final de semana e foi a melhor experiência da minha vida, vi a morte e a vida ao mesmo tempo, eu nasci de novo para o mundo.

Responda quando puder e se puder por favor.

Um grande abraço e que Deus continue iluminado sempre sua vida.

DRG

Ps: queria dizer tb que não uso drogas a não ser tomar umas cervejinhas de vez em quando, hehehehe.
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Resposta:


Meu irmão: Graça e Paz!

Tomei ayahuasca na juventude, antes de me converter ao Evangelho. Não somente tomei ayahuasca — que na minha terra, o Amazonas, já é conhecido desde sempre — , como também chás de cogumelos, ácidos, anfetaminas, e outros alteradores de consciência.

Quando encontrei Jesus parei com tudo de uma vez!

Quando eu era jovem, entretanto, e antes da conversão, provei tudo isto mais de uma vez, mas nunca gostei de nenhuma onda que roubasse a “impressão do real”, ou que me levasse por meios “quimicamente induzidos” a qualquer coisa que me tirasse a lucidez e sobriedade do pensar e sentir. Talvez por essa razão, na juventude, o único “alterador” de consciência que eu gostava, fosse a maconha, posto que ela apenas acalmava, mas não mudava a impressão do real para mim. Prova disso é que eu jogava bola, nadava, lutava Jiu-jitsu, etc... sempre de “cabeça feita”, e nunca me senti paralisado. Mas sei que não é assim com todos, visto que tenho amigos que ficaram “lesados” pelo excessivo uso da maconha.

O bom mesmo é viver de cara limpa!

A experiência com ayahuasca veio em razão de um amigo carioca que queria experimentar. Eu morava no Amazonas, e, naquele tempo (70s), Manaus era uma praça de hippies do mundo todo. Esse meu amigo tomou grandes quantidades e fez viagens horríveis. Eu, vendo o que lhe acontecera, tomei conforme a “recomendação”, mas não gostei.

Por natureza, como disse, mesmo antes do Evangelho ser meu valor supremo, nunca gostei de nada que me induzisse a qualquer coisa para fora da realidade. Acho perigoso, arriscado, e algo que põe a mente num limiar muito ruim.

É verdade que nunca vi ninguém viciado em “Santo Daime”, mas já vi gente ficar psiquicamente alterada depois da experiência; e, alguns, vi perderem a “liga” com a realidade, em razão de que alguma “referencia” do real, no cérebro, foi alterada.

Na realidade, se você quiser falar de “onda”, as melhores que conheço, são:


1. O gozo do Espírito Santo quando enche você de dentro para fora como uma fonte eterna.

2. O êxtase de uma relação sexual onde paixão, amor, desejo e intimidade se encontram em estado de total liberdade, confiança, entrega e simbiose entre as partes.

3. As alegrias que vêm da paternidade. O nascimento de meus filhos me deixou em estado de êxtase.

4. A pregação da Palavra, quando sai como um transe. O que muito comumente me acontece, e é maravilhoso.

Acho que experiências psíquicas, pela via da indução, são muito perigosas. Você falou que foi maravilhoso, e, justamente por esta razão é tão perigoso.

Você também falou em “conhecer a morte e a vida”. Pois saiba: não foi nem a morte e nem a vida o que você conheceu, mas apenas um truque químico, e que foi produzido por um “agente externo”, e que apenas abriu seu inconsciente para expressar seu tema mais fixo: morte e vida. Mas, como disse, ainda é uma produção fantasiosa de seu inconsciente, e não o fruto de uma conexão com Deus, visto que, no que tange a Deus, ninguém precisa de indução química para conhecê-Lo ou experimentá-Lo.

Para mim, este negocio de usar algo alienígena a fim de provocar o cérebro e ou o aparelho psíquico a fim de ficar mais “aberto para o mundo espiritual”, é um fria; posto que “abre” mesmo, mas a influencia, saiba, não vem de Deus; antes, na melhor das hipóteses, vem apenas de seu próprio inconsciente.

Eu jamais faria nada que deixasse minha mente aberta e vulnerável ao que quer que seja!

Nesse “abrir” de mente pode entrar muita coisa!... e você não terá controle sobre isto... sem falar que isto pode alterar de fato suas referencias do Real, mergulhando a sua mente numa necessidade permanente de alteração do Real a fim de que esse tal estado, agora, lhe sirva de Nova Realidade.

Você pode imaginar Jesus tomando o Santo Daime para ter uma onda melhor na Transfiguração?

Você conhece experiências mais maravilhosas do que aquelas que são patrocinadas pelo Espírito Santo, Ele mesmo, sem a “ajuda” de nenhuma “santa raiz da natureza”?

Deus não precisa de nenhum Santo Daime para levar você a de fato conhecer o significado profundo das coisas!

E mais: o tais significados novos e maravilhosos que você experimentou, não vieram do céu, mas sim de uma indução da terra, e somente da terra, e, os resultado, como já disse, são fruto de sua produção inconsciente.

Se puder lhe dar um conselho, sem caratice, mas apenas com experiência e bom senso, lhe diria para não entrar nessa; pois, mesmo que não vicie, todavia, deixa as referencias da mente alteradas, e, por tal fato, a realidade pode ser falsificada. E o nosso chamado como discípulos de Jesus é para viver na realidade-na-verdade.

É isto que penso, e espero que o que lhe disse lhe seja útil!

Um beijão!

Nele, em Quem a Água da Vida não falsifica a Realidade e nem é Santo Daime,

Caio


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