A Neurose Religiosa e seus efeitos para com o próximo...
A Neurose Religiosa e seus efeitos para com o próximo...
Creio em Jesus Cristo e no evangelho, mas não me recordo de sofrer discriminação de quem não crê, todavia dos que dizem crer, até hoje levo muitas pedradas. Graças ao bom Deus, nenhuma literalmente, mas pedradas verbais as recebo todos os dias, e muitas.
Sou hétero, e nunca tive uma relação homo afetiva, meramente por minha condição, nasci hétero, sou hétero, e assim o sou desde o ventre da minha mãe. Se fosse homossexual o seria desde cedo, a essência de um ser não se muda, o comportamento todavia, por ser condicionado, sim!
E sendo hétero não me recordo até hoje de sofrer discriminação por parte de quem não é, ou que é bissexual ou de qualquer outra variante sexual, todavia desde que me coloquei solidário as minorias homo afetivas pelas dores, ofensas, e crucificações diárias que elas sofrem, sou alvejado por todos os tipos de comentários beligerantes, agressivos e perniciosos, mas a orgiem e fonte de onde advém é única e exclusiva do mesmo poço, o fanatismo religioso.
O fanatismo desta turma causaria inveja profunda a personagens fictícios como Melisandre de Asshai, aos membros da Irmandade Sem Estandartes, liderados pelo sacerdote Thoros de Myr e pelo rebelado lorde Beric Dondarrion, aos Pardais, liderados pelo Alto Pardal, e talvez causasse ainda mais confusão na cabeça de Athelstan (o cristão de Vikings) que disse “Na queda suave de chuva do céu eu ouço meu Deus. Mas, no trovão eu ainda ouço Thor. Essa é a minha agonia.”
Religião inclusive que pode ser vista por todos os lados quando envolve fanatismo, assim incluo aqui política, futebol, e diversos movimentos, faço minhas as palavras de um amigo que disse: "Eu acho que a Marcha pra Jesus e A Parada do Orgulho LGBT deveriam acontecer no mesmo dia e na mesma hora, em avenidas paralelas com elas se encontrando ao final. Porque esses movimentos são como reflexos no espelho. Eles tem alma idêntica, só a carcaça estética é diferente."
Continua: "É claro que há matizes e matizes nesses grupos que não são como essa descrição, mas a representação geral é essa mesmo, grupos raivosos."
Outro ponto emblemático é fala repetitiva do "eu sou hétero, mas tenho muitos amigos gays", eu acredito que poucos saibam o que é ter um amigo de verdade. Assim não tenho problema algum em afirmar que conheço muitas pessoas ou que há na existência humana, pessoas que são héteros, outras bi, outras homossexuais, outras que gostam de trocas de casais, e outras diversidades sexuais, mas amigos mesmo como já falei em outras publicações, estes eu conto nos dedos das mãos.
Não farei uso do "ele é viado, mas é meu amigo, queima a rodela, mas é meu amigo", apenas para fazer média. Se for meu amigo ou amiga o será(ão) porque é(são), não depende da sexualidade dele(a).
Concluo com o que uma colega, mulher, hétero, mãe solteira, que tem atos sinceros de amizade me disse: "se eu que não sou, e nunca tive qualquer propensão, pois não é minha essencial, não é minha condição, sofro discriminação e insultos por ser solidária a quem é homossexual, lésbica ou afim, e só sinto isto em termos de sentimento que de alguma maneira desemboca na alma e chega ao corpo, imagina então como quem é deve sofrer literalmente na pele os enfrentamentos todos os dias?".
A neurose religiosa causa apenas exclusão, seja ela qual for, falo da neurose, da religião e da exclusão!
João Vicente Ferreira Neto
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