Balela Política
A cada ano que se passa vamos rejuvenescendo. Afinal, quanto mais “velhos” mais jovens ficamos.
Pois hoje nós somos a mais nova versão revista, atualizada e ampliada de nós mesmos.
Durante esta caminhada do curso de minha existência tive o privilégio de estudar e cursar a mais “pagã” de todas as disciplinas e cursos, a doce, amada amarga teologia. O percurso tem sido longo, isso mesmo, afinal iniciei do ponto de vista formal e acadêmico em março de 2002 e continuo até o presente ano aonde vou andando lentamente com a amiga monografia e o simpático hebraico. Chamei-a de pagã (teologia), pois acredito que a modo grosseiro ela pode ser entendida como a biopsia do “divino”, e assim sendo não há outra colocação, e deste ponto de vista, sou um declarado pagão, e você não?!
Hoje me peguei lendo um pequeno artigo cujo título: “A Teologia Moderna e a Crítica da Bíblia” por C.S.Lewis. O autor que dispensa apresentações e comentários no faz um convite, ou melhor, nos leva com ele a refletirmos sobre questões que para nós parecem obsoletas, porém diante delas descobrimos que obsoletos somos nós.
Alguns anos atrás tive o desejo de ingressar na Universidade para cursar As Ciências Sociais. Um curso denso, de uma crítica aguda, e de alto nível intelectual, embora desprezado por parte considerável da sociedade. Engraçado é que a maioria dos autores citados em fóruns, seminários e debates que estão associados ao mundo político são oriundos da filosofia, da sociologia e de outras gias oriundas das ciências humanas.
Talvez você esteja pensando: “este rapaz bebeu coca-cola quente ou café gelado”, falou... falou e não disse nada. Eu sou meio assim mesmo, mas falar... falar e não dizer nada nem sempre é falar e falar e não dizer nada.
Pois bem. Esta semana estava eu no recôndito do meu quarto, diante desta mesma tela de computador que agora estou e recebo alguns e-mails de vídeos divulgados no you tube do pastor Paschoal Piragine Junior em uma exposição de aproximadamente 10 minutos sobre política.
Primeiro gostaria de dizer que não o conheço pessoalmente, nem por vídeos, exceto agora. Continuando... É válida, porém "tardia" e limitada a tentativa dele de tratar de um assunto “mais antigo” que o próprio Jesus Cristo (do ponto de vista encarnacional) que é a política. Abrindo um (aqui há certos assuntos, dos tais: sexo – que embora seja universal a sociedade pouco o debate com seriedade e a “igreja” então nem se fale, omissão passou de longe e nem parou para pedir abrigo). Voltando a velha política não poderia concordar com tanta superficialidade e apelo emocional (de péssima qualidade e “reflexão” – se é que há motivos para reflexão) do vídeo elaborado e “discutido” pelo pastor em questão.
Antes que alguém pense que isto é um ataque a pessoa, quero deixar claro que não o conheço. E isso é uma crítica (e entendam o que é crítica) sobre o que foi apresentado e “debatido” ou incutido na “consciência” dos presentes naquele recinto.
Faço minhas as palavras do José Barbosa Junior: “Em primeiro lugar gostaria de dizer que há algo de bom nisso: a igreja acordar pra sua participação política, não como massa de manobra, mas como força de conscientização. O problema é quando essa conscientização é feita em forma de “mensagem” e não em forma de “debate”. Um pastor falando do púlpito, sem que haja um espaço democrático de discussão do que foi dito, pode parecer manipulação, e não conscientização. ”... “Mas achei superficial! Além de apelativo!”.
Penso que querer demonizar o Temer e bruxanizar a Dilma é uma [dês] “estratégia” que só os fortalece. Ver o Serra que é ator de péssima qualidade fazendo média com um caso insignificante relacionado à filha, e tentando a todo custo que a Dilma fique fora da eleição é patético. Ainda bem que há alguém de bom senso e consegue discernir que para uns o mundo é cor-de-rosa e para outros é todo azul, é lamentável e dolorosamente triste que poucos consigam enxergar isso também. Ver o Serra dizendo que é de origem humilde não é nem de longe o genérico da história de vida do Lula. Que o PT é podre não resta dúvidas (veja o PT daqui da Paraíba, viciado em cargos, ora na Prefeitura, ora no Governo do Estado – quando poderia estar disputando governo e senado). Foram 8 anos de casos gravíssimos. Existiram as denúncias, mas me diga aí: Quantos dos envolvidos no Mensalão foram presos? Quanto dinheiro foi apurado e devolvido? Qual o percentual das arrecadações sobre impostos neste tempo? E os super faturamentos em obras?
Vejo os “valentes” e “ousados” falando de aborto, e muitos destes abortaram seus filhos em vida não dando amor, afeto, companheirismo, suprindo apenas necessidades materiais supérfluas. São pais que brigam para crianças nascerem e depois as abandonam (cometem o aborto de toda uma vida – que entendam não sou contra ou a favor do aborto, sou favorável a vida). Penso que já passamos da idade de discutirmos certas questões com tanta superficialidade, como se fossemos sempre eternas crianças.
A questão não é votar em A ou B porque ele é ateu ou cristão, mas não vivermos pleiteando cargos, angariando posições, fazendo conchavos especialmente no ambiente que chamamos de “igreja”, ou seria melhor instituição religiosa, sinagoga do século XXI?
O que adianta gritar para 200 pessoas: "não vote na Dilma, no Serra, na Marina, na Penha, no José ou João", se dentro dos próprios redutos eclesiásticos há podridões do mesmo nível ou até mais profundas. Quantas esposas de pastores não andam cansadas e esfoladas de alma por ter de levar o peso de toda uma tradição? Mulheres sinceras, quebrantadas e contritas, mães amorosas e nobres de caráter que padecem pela causa da instituição.
Ah companheiros! Isto não é fé do evangelho. Isso não é ter como bem da sua vida a pessoa de Jesus. Isso é ser “tristão” e o pior literalmente sem Isolda, é defender a bandeira de um partido, é defender uma ideologia embrutecida nascida aos pés de Constantino por vontade de sua mãe, e que nada tem haver com Jesus Cristo. Essa devoção a instituição é bem descrita por Maquiavel (não deixe de ler O Príncipe). Isso se chama cristianismo. Em suma tudo isso é apenas asneira e balela política, pois o buraco é mais profundo!
João Vicente Ferreira Neto
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